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Tipos de narrador onisciente
- Narrador onisciente intruso – Este tipo de narrador é livre para contar o que está acontecendo da maneira que deseja, agindo, às vezes, como se fosse Deus, modificando e assumindo várias vias de transmissão de dados. O narrador conhece todos os pontos do enredo, faz comentários, critica e se esquiva do leitor. Este narrador insere observações acerca da existência, hábitos, caráter e todos os pontos que estejam ligados à narrativa. Um exemplo de narrador onisciente intruso pode encontrado no livro “Quincas Borba”, de Machado de Assis.
- Narrador onisciente neutro – O narrador onisciente neutro conta os fatos em 3ª pessoa, prezando pela descrição dos personagens e sem apresentar as suas observações sobre os pontos do enredo. Por apresentar a visão dominante dos eventos, trata-se de um relato imparcial. O livro “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, ilustra este tipo de narrador.
- Narrador onisciente múltiplo – Este tipo de narrador utiliza-se de meios mais diversificados, movendo entre pontos de vista contíguos ou afastados, que estão submetidos ao número de dados que ele pretende contar. Na obra “Vidas Secas”, do escritor Graciliano Ramos, podemos encontrar um exemplo deste tipo de narrador. Está vinculado ao narrador onisciente seletivo, que narra os fatos preocupando-se em relatar opiniões, pensamentos e impressões de uma ou mais personagens, influenciando o leitor a tomar uma posição com relação a elas. O narrador relata detalhadamente o que se passa, descrevendo as particularidades do universo da história. Esta categoria é bastante utilizada pelas autoras, com destaque para Clarice Lispector e Virgínia Woolf.
*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas)