Os neologismos podem surgir espontaneamente, nas relações entre as pessoas na linguagem natural (como a conversação espontânea do dia a dia), ou de forma artificial (chat pela internet). Aliás, na internet e na informática em geral, nós encontramos vários exemplos de novas palavras que se incorporaram ao nosso vocabulário, como, por exemplo, “deletar”, “printar”, “escanear”, dentre muitas outras. O neologismo pode surgir simplesmente com a finalidade comunicativa (como quando o falante quer expressar algo, mas não encontra a palavra necessária) ou com fins pejorativos, como nos palavrões, gírias, ironias etc. Quando é dicionarizado, o neologismo passa a ser oficialmente parte do léxico da língua padrão, e isso ocorre frequentemente, pois a língua muda e se adapta de acordo com o seu uso por parte da comunidade linguística.
De acordo com os diferentes estudiosos da área, são várias as formas de classificar os neologismos. Confira algumas classificações a seguir:
Exemplo: A minha prima está fazendo um bico naquela loja.
Exemplo: deletar (apagar).
Exemplo: infralegal.
O poema intitulado “Retrato quase apagado em que se pode ver perfeitamente nada”, de Manoel de Barros, apresenta muitos neologismos. O poeta criou 20 novas palavras em um único poema!
Confira um trecho do poema a seguir:
“ I
Não tenho bens de acontecimentos.
O que não sei fazer desconto nas palavras.
Entesouro frases. Por exemplo:
– Imagens são palavras que nos faltaram.
– Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
– Poesia é a ocupação da imagem pelo Ser.
Ai frases de pensar!
Pensar é uma pedreira. Estou sendo.
Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo).
Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.
Outras de palavras.
Poetas e tontos se compõem com palavras. (…)”