Em seu artigo, Fortunato cita as características distintivas do processo de gramaticalização, segundo Omena e Braga. São elas: manipulação conceitual; unidirecionalidade; assimetria forma/significado; decategorização; recategorização; perda de autonomia; erosão.
O linguista brasileiro Ataliba Teixeira de Castilho considera que a gramaticalização divide-se em três subprocessos que ocorrem simultaneamente, a saber: fonologização (modificações no corpo fônico dos vocábulos), morfologização (alterações no radical e afixos) e sintaticização (modificações nos arranjos sintagmático e sentencial).
Mas, como ocorre o processo de gramaticalização? O que determina a mudança de um item lexical para item gramatical? A origem e o desenvolvimento das categorias gramaticais são objeto de estudo desde o século XIX. Alguns autores, como Company, defendem que a frequência de uso é um fator fundamental na ocorrência de mudanças.
A língua portuguesa apresenta vários exemplos do processo de gramaticalização. Dentre os exemplos, é possível citar os seguintes:
Concluindo, podemos compreender a gramaticalização como o processo de criação de elementos com fins gramaticais, com motivação intralinguística, ou seja, não remetem a um contexto fora da língua (extralinguístico).
*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas).