Os dipnoicos são peixes que podem sobreviver fora d´água, pois eles apresentam bexiga natatória adaptada à respiração aérea. Eles existiam em abundância durante o período Triássico, mas atualmente só existem três espécies. Uma que vive na Amazônia, outra na Austrália e a última na África tropical. São o Lepidosiren, o Neoceratodus e o Protopterus, respectivamente.
Essa nomenclatura significa “respiro duplo”, pois além de guelras, eles possuem pulmões funcionais. Com isso, os dipnoicos precisam de ar para sobreviverem e na ausência dessa atividade respiratória, as guelras podem se degenerar, e resultar em afogamento.
Essa característica de respiração dupla faz com que os pesquisadores acreditem que os peixes dipnoicos sejam ancestrais de todos os vertebrados terrestres e que tenham se adaptado para sobrevivência durante as grandes secas.
Os estudiosos descobriram fósseis de tocas dos peixes dipnoicos que datam 395 milhões de anos atrás, quando eles teriam desenvolvido a capacidade de respirar ar.
Anatomicamente, os peixes dipnoicos possuem crânio e mandíbulas ósseas, mas não possuem dentes na parte de baixo. O restante do corpo, como o dorso, cauda e ânus formam uma única barbatana. Em relação à alimentação, eles são onívoros e se alimentam de crustáceos, larvas e moluscos.
A espécie Protopterus que vive na África é a que mais sofre com a falta de água. Por isso, o peixe dessa espécie cava uma espécie de toca dentro da lama quando existe um grande período de seca. Nesse buraco, ele pode sobreviver até 2 anos sem água, desde que tenha uma entrada de ar. Quando acaba o período de estiagem, eles voltam a ser aquáticos.