Curiosidades

O surgimento da sociologia e principais pensadores

A sociologia, assim como a antropologia e a ciência política, formam o que chamam de ciências sociais. Esses estudos têm como foco entender os mecanismos na área social.

A antropologia ocupa-se com o estudo da humanidade e suas formas de organização; a ciência política, por sua vez, procura explicações aos fenômenos políticos relacionados ao Estado; enquanto a sociologia se dedica aos estudos da sociedade e como a mesma funciona, se comporta.

No final do século XX, a atenção dos sociólogos estava voltada para questões como a violência e globalização. Mas, para compreender melhor como se estrutura a sociologia é necessário entender como ela surgiu e em que períodos históricos ela se formou.

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Foto: depositphotos

Surgimento da sociologia

Em contextos diferentes a sociologia se formou e ganhou força. Teve início em uma das grandes revoluções que ocorreu no mundo, a Revolução Francesa, no ano de 1789.

Contudo, ganhou mais adeptos e tornou-se mais importante somente no século XIX,  com a Revolução Industrial. Ambos os períodos são marcos da passagem da sociedade tradicional pré-capitalista para a sociedade moderna.

O que resultou em profundas transformações no corpo social. A Revolução Francesa, por exemplo, foi uma luta de classes. Em 1789, a nobreza e o clero detinham privilégios, enquanto os pequenos proprietários eram assolados pela fome e carestia.

Indignadas, as pessoas que constituíam a classe média, conseguiram derrubar o governo absolutista e instaurou o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, slogan que continua atualmente caracterizando a população francesa.

Já a Revolução Industrial foi palco da política mercantilista praticada pela Inglaterra, no sentido de proporcionar o acúmulo do capital. Iniciou-se, portanto, a produção de produtos manufaturados, que para serem produzidos precisava-se de trabalhadores.

Esse movimento alterou muito a sociedade daquela época. Artesões deixaram de ser valorizados e passaram a trabalhar em fábricas por baixos salários e com altas cargas de trabalho. Além destes, mulheres e crianças também eram contratadas e recebiam valores ainda menores que os homens.

E no meio destes movimentos, que mexeram com a estrutura social, familiar e cultural das pessoas daquela época, surge a sociologia, que com o auxílio de grandes pensadores tentou e, ainda tenta, explicar os fenômenos que se constrói e se desconstrói dentro da sociedade.

Principais pensadores da sociologia

Auguste Comte

Auguste Comte (1798-1857) é considerado o pai da sociologia. Para este pensador, os fenômenos sociais eram regidos por leis fixas e naturais, assim como as leis da física e da química.

Ainda de acordo com Comte, existe uma doutrina conhecida como Positivismo. Esse fundamento tinha como principal percepção explicar que o conhecimento científico deve ser universal, objetivo e neutro.

Karl Marx

Outro grande pensador e contribuinte para as teorias a cerca da sociologia foi Karl Marx (1818-1883). O filósofo se dedicou a estudar e formular pensamentos sobre as classes sociais, mais-valia, capitalismo e socialismo.

Porém, a maior colaboração de Marx foi para a sociologia do conhecimento, um dos setores específicos da sociologia.

Émile Durkheim

Importante sociólogo, Émile Durkeheim (1858-1917) é considerado um dos fundadores da moderna teoria sociológica. De acordo com o pensador francês, a sociedade deve ser estudada como um todo e não por partes isoladas.

Isto é, os indivíduos são os resultados de forças sociais e, para compreendê-los, é necessário analisá-los dentro do contexto social em que vivem, sem eliminar nenhum aspecto.

Max Weber

Para o pensador Max Weber (1864-1920), antes de entender a ocorrência social, é preciso compreender o fenômeno em si como um fato carregado de sentido.

Isso quer dizer que, se faz necessário alcançar o sentido primordial da ação, seja ele de caráter religioso, político etc. O sociólogo, portanto, deve interpretar os mecanismos que dão sentido às atividades sociais.

Início da sociologia no Brasil

Em terras tupiniquins, entre os anos de 1920 e 1930, teve início as pesquisas e análises por parte de estudiosos para a busca da compreensão do sistema de sociedade brasileira. Aspectos como a abolição da escravatura, os índios e negros, além dos êxodos passaram a ser o foco dos estudos.

Gilberto Freyre (com a obra Casa Grande & Senzala-1933), Sérgio Buarque de Holanda (com o livro Raízes do Brasil-1936) e Caio Prado Júnior (com a obra Formação do Brasil Contemporâneo-1942) se destacaram como os principais autores da época.

Estudos das questões trabalhistas e econômicas

Passada a fase inicial, a sociologia no Brasil direcionou sua atenção para se aprofundar em temáticas voltadas aos trabalhadores, a exemplo das jornadas de trabalho, dos salários e ainda as comunidades do setor rural.

Foi na década de 60 que a sociologia dedicou prioridade ao processo de industrialização do Brasil, no tocante aos aspectos relacionados à reforma agrária e movimentos sociais no espaço urbano e rural.

Já em meados de 1964, os sociólogos que estudavam a sociedade brasileira passaram a se dedicar aos problemas econômicos e de ordem política do país, esses criados devido ao temor de estar em convivência com o regime militar, o qual perdurou de 1964 a 1985 no Brasil, período em que no ensino secundarista a sociologia foi simplesmente impedida.