Liderada por Mauricio Grabois, João Amazonas e Pedro Pomar, a dissidência resolveu se separar do partido após a rejeição do documento Carta dos Cem, no V Congresso do PCB. Em 1962, essa dissidência fundou o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Os primeiros anos do Partido Comunista do Brasil, que vão da fundação do Partido a 1930, indicam o esforço de criar no país uma cultura socialista. Fundado em 25 de março de 1922, o partido congregou sob a mesma legenda os comunistas até o desmembramento internacional deste movimento, ocorrido a partir do XX Congresso do Partido Comunista da URSS, em 1956. No Brasil, essa cisão atingiu a direção que reconstruíra o Partido dos golpes sofridos pelo Estado Novo de Vargas.
O aparecimento deste partido no cenário brasileiro foi fruto do relativo amadurecimento da classe operária, da influência da Revolução Russa de 1917, e da incapacidade da liderança de responder às demandas políticas da luta operária.
Em seus primeiros anos, o PCdoB realizou três congressos (o de fundação, em 1922; e os de 1925 e 1928/29). Operando na clandestinidade, o partido traduz e divulga o “Manifesto do Partido Comunista” e lança o jornal “A Classe Operária”, buscando divulgar as teorias marxistas. O PCdoB ainda dinamiza o movimento sindical com uma perspectiva classista e independente.
No contexto da queda da república oligárquica, considera-se que o PCdoB, embora não tenha tido participação direta no evento, se colocou como uma importante força política no novo episódio da história política brasileira, sendo uma organização que enfrentou o avanço do integralismo. Naquela ocasião, o partido já contava com a presença de Luiz Carlos Prestes, que viria a se tornar o seu dirigente mais conhecido.
Em 1979, com a abertura política e a concessão da Anistia, o PCdoB encontrou um ambiente favorável à sua entrada no sindicalismo e nas organizações estudantis. Em 1984, o partido integrou-se ao movimento das “Diretas Já”.
Em 23 de maio de 1985, o Partido Comunista do Brasil conquistou a legalidade, como fruto da democratização, obtendo seu registro no TSE. Nas eleições de 1986, o partido elegeu 5 constituintes. A legalidade abriu uma nova etapa na vida do PCdoB, criando vínculos mais estreitos com o povo e articulação mais complexa de diferentes frentes de luta.