Inconformados, o grupo de intelectuais e ex-exilados brasileiros promoveram no Palácio de Tiradentes, no Rio de Janeiro, um Encontro Nacional dos Trabalhadores, que instaurou o PDT, ao invés do antigo PTB, que tinha sido entregue às mãos erradas.
Dias depois, o partido publicou o seu estatuto e um manifesto. Nesta época, a sigla já contava com ramificações nos nove estados brasileiros.
Dois anos depois, o líder, Leonel Brizola, se elegeu governador do estado do Rio de Janeiro. Além dele, o partido conquistou duas vagas no Senado e 24 deputados federais.
Amigo e herdeiro político de Getúlio Vargas e João Goulart, Leonel Brizola nasceu no dia 22 de janeiro de 1922. Iniciou sua carreira política na década de 40, ainda estudante.
Durante o regime militar, Brizola foi exilado no Uruguai e só voltou ao Brasil em 1979. Foi aí que o líder decidiu fundar o Partido Democrático Trabalhista, em 1980.
O político foi um dos principais responsáveis por duas cartas importantes que remetem à fundação e atuação do PDT. A Carta de Lisboa, escrita em Portugal, durante o exílio, na qual firmava os valores e direito dos trabalhadores, e a Carta de Mendes, referência à cidade carioca onde foi escrita, que traçava os rumos do país após as eleições de 1982.
No Rio de Janeiro, Brizola governou por duas vezes. Além disso, ele foi prefeito de Porto Alegre e deputado estadual e governador pelo Rio Grande do Sul.
Com cinqüenta anos de carreira, o líder do Partido Democrático Trabalhista ficou conhecido por sua resistência à ditadura. Após a conquista do estado democrático de direito no Brasil, o político tentou por duas vezes ser presidente do Brasil e uma vez vice-presidente, mas não obteve vitória em nenhum dos pleitos.
Ele morreu aos 82 anos em junho de 2004, no Rio de Janeiro, vítima de complicações pós infarto.