O planeta Terra é um dos quatro planetas telúricos existentes no Sistema Solar. Basicamente, ele é constituído por três camadas, sendo elas:
A crosta terrestre [8] possui duas partes: Hidrosfera (composta por água) e Continentes (não é coberta pelas águas). Assim, os continentes são as porções de terras não cobertas por água existentes no globo.
São aceitos, oficialmente, seis continentes terrestres, sendo eles: América, Europa, África, Ásia, Oceania e a Antártida. No entanto, muito se tem discutido na ciência sobre a possibilidade de continentes submersos e que podem ser um dia considerados como oficiais também.
Existem várias teorias sobre a formação do planeta Terra, sendo a mais aceita pela academia científica a Teoria do Big Bang, de George Gamow e Georges Lemaître, no ano de 1948. Essa teoria se apoia em estudos anteriores sobre a relatividade (Einstein [10]), nas teorias de Hubble e Humason, tendo como princípio a ideia de que o universo não é estático, mas encontra-se em permanente expansão.
Segundo essa concepção, as galáxias estão se afastando umas das outras, o que se supõe que no passado elas estivessem próximas umas das outras, podendo ter formado, inclusive, um único ponto comum.
Forma similar teria ocorrido no planeta Terra em relação às suas massas terrestres. Em um primeiro momento estariam todas concentradas em um único bloco, ou continente único, denominado de Pangeia [11]. Pelas forças dinamizadoras do planeta Terra, as massas continentais teriam começado a se separar, até chegar a configuração continental atual.
1- No período Mesozoico (251 milhões a 65,5 milhões de anos atrás) formou-se a Pangeia, um imenso bloco continental na Terra.
2- No período Triássico (200 milhões de anos atrás), a Pangeia iniciou um processo de fragmentação, formando dois grandes aglomerados: Laurásia e Gondwana.
3- A fragmentação continua ocorrendo, de modo que a América do Sul [13] se separa da África [14], fazendo com que surja o Oceano Atlântico Sul. A Austrália se separa da Antártida. A América do Norte [15] se separa da Europa [16]. São formadas, nesse contexto, grandes cadeias montanhosas no mundo, como o Himalaia e os Alpes.
4- Com a separação das áreas continentais, novos ambientes e ecossistemas são criados, ocasionando também a especialização geográfica de algumas espécies, o que hoje se traduz na diversidade das formas de vida existentes no planeta.
Todos os seis continentes que existem atualmente continuam em expansão, dinamizados pelas forças naturais. Estima-se que continentes e oceanos se movem, em média, 10 centímetros por ano, desde a Pangeia.
Essa movimentação, quando vista isoladamente, parece pequena. No entanto, na escala do tempo geológico, que leva em consideração milhões de anos, ela é bastante expressiva, e explica as grandes movimentações observadas ao longo da história da Terra até os dias atuais.
As primeiras hipóteses sobre a divisão dos continentes derivam das ideias de Abraham Ortelius (em 1596), quando este observou que a América do Sul se encaixava perfeitamente no continente africano. Desta forma, ele sugeriu que as Américas teriam se separado da África e da Europa.
Somaram-se a isso os conhecimentos acumulados pelas teorias de Charles Robert Darwin, através da teoria da evolução das espécies no século XIX, quando observou que existiam espécies similares na América e na África, o que denotava que um dia estes continentes estiveram conectados.
Em 1912, Alfred Wegener formulou a teoria da Deriva Continental [18], na qual ele explica que os continentes um dia foram um único bloco continental, denominado de Pangeia, e que estava rodeado por uma massa líquida única denominada de Pantalassa.
A divisão dos continentes que se seguiu foi originada a partir da hipótese de que a crosta terrestre é constituída por placas tectônicas, gigantescos blocos rochosos, os quais estão à deriva sobre o manto de rocha fundida. A partir disso, as placas tectônicas se deslocam com base na força do magnetismo do interior da Terra, o que explicaria a dinâmica dos continentes terrestres.
A teoria da Deriva Continental é a mais aceita hoje no mundo científico para explicar a dinâmica dos continentes, a qual foi ainda mais creditada quando foram encontrados fósseis dos mesmos animais em continentes diferentes, o que seria praticamente impossível havendo um oceano que os separa.
» CAVADAS, Bento; FRANCO, Dulce. A teoria da deriva dos continentes de Alfred Wegener nos manuais escolares de Ciências Naturais portugueses. Universidade Lusófona. 2010. Disponível em: http://www.ore.org.pt/filesobservatorio/pdf/ATeoriadaDerivadosContinentesdeAlfredWegenerNosManuaisEscolaresdeCNPortugueses.pdf [19]. Acesso em: 14 de novembro de 2017.
» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.