Inicialmente, ele só traficava a droga. Mas aos 25 anos deu início à produção da própria cocaína para distribuição. Não demorou muito para que ele se tornasse poderoso e o mais influente criminoso da Colômbia e de toda a América.
Isso porque a extensão do seu império do tráfico tomava proporções gigantescas nos Estados Unidos e até em países da Europa.
O traficante conseguiu tornar-se tão poderoso que praticamente virou uma lenda viva na Colômbia. Seu lema era “plata o plomo”. Em tradução para o português significa “prata ou chumbo”. Na prática, isso mostra a crueldade como agia Pablo Escobar.
Ou seja, ou dinheiro ou morte. A postura de Pablo era tão violenta que alguns pesquisadores creditam a ele mais de 6 mil homicídios, seja a seu mando ou ele mesmo cometendo o ato. Para você ter uma ideia, ele era tão frio que mandou derrubar um avião. Matando centenas de pessoas inocentes.
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Por conta da sua atividade com o tráfico, Escobar acumulou uma grande fortuna. Era tanto dinheiro que ele não tinha nem onde guardar. Nas obras literárias e cinematográficas que contam a sua biografia, chega-se a falar que ele precisava enterrar as notas de dinheiro, tamanho era a quantidade.
Isso acontecia, pois ele trabalhava ilegalmente e, por isso, não podia deixar seu dinheiro em bancos ou guardado oficialmente. Além disso, a desvalorização do dinheiro colombiano era grande, o que gerava grande número de notas até mesmo para valores menores. Por isso, o traficante usava carrinhos de mão para transportar dinheiro e o enterrava nas duas propriedades espalhadas pelo país.
Com tanto dinheiro, Escobar também adquiriu propriedades como casas de luxo, carros e até aviões. Ele foi considerado em 1989, o sétimo homem mais rico de todo o mundo, com uma fortuna estimada em 25 bilhões de dólares. Obviamente, tudo isso foi perdido quando ele morreu.
Você deve estar imaginando que com tantas atividades ilegais sobre suas costas como tráfico e assassinatos, Escobar vivia escondido em um cativeiro. Nada disso! O traficante vivia em público e nada o parava.
A exposição era tanta que ele chegou a ser eleito como deputado suplente em 1982. Isso aconteceu pois Escovar era visto como um herói nacional. Ele ajudava a construir casas e distribuía dinheiro aos moradores das favelas de Medellín. Não deu outra: Pablo era adorado pela população mais carente que o elegeu político pelo partido “Civismo em Marcha”. Porém, Pablo foi rechaçado da assembleia e não pode assumir o cargo.
Até meados da década de 80, Pablo Escobar era visto como um herói pela população carente de Medellín e tinha virado uma espécie de pai das comunidades. Contudo, sua atuação acaba sendo ainda mais violenta e repressora. Quem se juntava a ele ou aceitava seus favores, acaba vendendo sua alma ao diabo e ficava aprisionado à sua revelia.
Entretanto, isso começou a mudar em 1986, logo após as eleições de Virgílio Barco. Esse presidente virou a jogo e declarou guerra a Pablo Escobar. Primeiro ele ameaçou mandar Escobar para os Estados Unidos, onde uma longa lista de crimes o condenava.
A ideia do presidente era mandá-lo para a Terra do Tio Sam, pois se dependesse a justiça local certamente ela seria comprada ou ameaçada. Diante da ameaça, Pablo e todo o Cartel de Medellín declararam guerra também à presidência. Eles coordenaram ataques e mataram centenas de pessoas.
Já não bastasse toda a perseguição do Governo,Escobar ainda iniciou conflitos com o Cartel de Cali, seus inimigos na busca por território para venda de drogas. Esse embate foi sangrento e levou muitas pessoas à morte.
Somente a partir desse período é que Pablo passou a viver escondidos para que nem o Cartel de Cali o achasse, tampouco o Governo colombiano ou americano.
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Em 1991, Pablo resolveu se entregar e para isso exigiu que construísse a própria cadeia. Isso só foi possível, pois o presidente Cesar Gaviria fez um acordo para acabar com a extradição na Colômbia. Ou seja, uma vez preso, Escobar não iria ser mandado para os Estados Unidos, seu maior temor.
A partir disso, Pablo viveu até 1922 nessa prisão luxuosa, chamada de “La Catedral”, onde recebia mulheres, amigos e visitas e controlava de lá todo o tráfico internacional de cocaína.
Apesar de controlar a sua prisão particular, Escobar passou a ficar com medo que a extradição para os EUA acontecesse. Em 1992, ele fugiu da prisão e procurou viver mais recluso. Esse ano foi decisivo para o abatimento do maior narcotraficante da América Latina, pois ele ficou isolado, praticamente sem ver a família e tendo que fugir constantemente para não ser encontrado.
Em 2 de dezembro de 1993, depois de mais de um ano que saiu da sua prisão, Pablo Escobar foi morto por policiais em Medellín quando tentava fugir pelo telhado. Dessa forma, acaba a história do homem que chegou a controlar 80% de toda cocaína distribuída no mundo na década de 80 e começo dos anos 90.
Os filhos de Pablo Escobar são dois: Juan Sebastián Marroquín Santos e Joana Manuela Marroquín. Ambos tiveram que se refugiar na Argentina junto à mãe, assim que o traficante foi assassinado.
Juan já lançou um livro e se apresenta constantemente na mídia para conceder entrevistas e falar sobre o seu pai. Embora o reconheça como um criminoso, ele não esconde a admiração que sente pelo genitor. Já Manuela pouco foi vista em público e nada se sabe sobre ela.
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Maria Victoria Henao era esposa de Pablo Escobar. Ela o conheceu aos 13 anos e tornou-se sua esposa logo em seguida. Também teve que se refugiar na Argentina onde conseguiu abrigo para seus filhos.