História,Idade Antiga

Período Homérico

A história da Grécia Antiga é dividida, didaticamente, em cinco períodos, a saber: pré-homérico, homérico, arcaico, clássico e helenístico.

O período homérico recebeu esse nome devido ao fato de que ao longo da história, tudo o que se sabia sobre a história da Grécia dos séculos XII ao VIII a.C. era por meio das obras Ilíada e Odisseia, atribuídas a Homero.

A Ilíada e a Odisseia

O período homérico corresponde a um contexto histórico que carece de informações, visto que são raros os registros arqueológicos e as fontes escritas. Por essa razão, ficou conhecido também como período da “idade das trevas”.

O período homérico foi relatado nas obras Ilíada e Odisseia, atribuídas a Homero

O período homérico tem início com a invasão dos dórios (Foto: Pixabay)

Por tempos, tudo o que se soube sobre essa fase da história da Grécia foi por meio das obras Ilíada e Odisseia, atribuídas a Homero. Não há consenso na historiografia sobre a existência de Homero. Entre os estudiosos, há os que consideram o nome Homero atribuído a um grupo de aedos (cantores) e rapsodos (recitadores).

A obra Ilíada aborda a Guerra de Troia, ao passo que a obra Odisseia trata da volta de Ulisses (Odisseu) para a sua terra natal, no contexto posterior à Guerra de Troia.

Veja tambémGuerra de Troia – Toda esta história em detalhes [1]

O sistema gentílico

O período homérico tem início com a invasão dos dórios, que provocou um retrocesso na cultura e na produção material no território da antiga civilização micênica.

Os gregos, que já se reuniam em torno de genos desde o período pré-homérico, passaram a ampliá-los. Os genos eram unidades socioeconômicas que se pautavam em laços de parentesco. A economia era autossuficiente e o líder era o pater, ou seja, o patriarca.

Para Moraes (2005, p. 43-44),

Os genos era uma comunidade formada por uma grande família, chefiada pelo patriarca. Esses agrupamentos sociais conseguiam assegurar sua sobrevivência mediante uma atividade coletiva, ou seja, o trabalho, os bens e a produção eram propriedade de todos.

Veja tambémPeríodo Pré-Homérico na Grécia [2]

Com o passar dos tempos, os genos começaram a se desintegrar. Isso ocorreu pelo fato de haver um crescimento da população, que não foi acompanhado pelo aumento da produção e ampliação de terras.

As consequências da desintegração dos genos

Entre as consequências da desintegração do sistema gentílico estão as desigualdades sociais e econômicas. Os parentes mais próximos do pater foram beneficiados, sendo conhecidos como eupátridas (bem-nascidos).

Para Vicentino (2002, p. 65),

A luta pela sobrevivência, que dependia basicamente da terra, desencadeou uma série de guerras entre genos. Para enfrentar um inimigo comum, alguns deles se uniram, formando uma fratria. Reunidas, as fratrias constituíam uma tribo, a qual se submetia à autoridade do filobasileu, o supremo comandante do exército. A união de várias tribos deu origem ao demos (“povo”, “povoado”), que reconhecia como seu líder supremo o basileu.

O crescimento demográfico nos genos gerou também a segunda diáspora grega, que foi o momento em que os gregos se dispersaram e formaram colônias em torno do mar mediterrâneo. Um exemplo foi a constituição da Magna Grécia, ao sul da península itálica.

Veja tambémDeuses gregos – Religião da Grécia antiga [3]

Por fim, a desintegração gentílica provocou o surgimento da pólis (cidades-Estado), o que levou à transição para o terceiro período da história da Grécia, ou seja, o período arcaico.

Referências

» MORAES, J. G. V. História: geral e Brasil. Volume único. 2 ed. São Paulo: Atual, 2005.

» VICENTINO, C. História Geral. Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2002.