Segundo o professor de física e CEO da plataforma Descomplica [3], Marco Fisbhen, os estudos online permitem que o estudante organize o próprio tempo e tenha acesso a um plano de estudos personalizado, voltado para as próprias demandas.
“O primeiro desafio para prender o estudante online é parar de tentar prender. Quem prende é a escola, que coloca estudantes dentro de um muro e tem que impedir que saiam. Na internet, o estudante vai trocar de aba, se ele quiser. O que queremos é que ele volte”, diz Fisbhen. “O nosso propósito é criar uma instituição digital que entregue algo que seja divertido para todos aprenderem. Divertido não é fácil ou engraçado. Fazer um gol, por exemplo, não é sempre fácil, mas as pessoas se divertem jogando futebol.”
“As ferramentas de aprendizado online e os aplicativos são soluções cada vez mais adotadas. Podem ser usadas tanto para complementar os estudos por estudantes de escolas públicas e privadas, quanto como ferramentas suficientes [de estudos]”, diz o diretor da plataforma Geekie Games, Wolney Melo. Segundo Melo, 60% dos usuários da plataforma a têm como solução principal. “Lá temos o conteúdo suficiente para preparar o aluno para o Enem.”
Até o ano passado, o Geekie Games, por um acordo com o governo federal, oferecia planos de estudo gratuitos para estudantes de escolas públicas. O acordo não foi renovado este ano, mas o Geekie tem como filosofia a oferta de preços abaixo do mercado. A plataforma Descomplica também oferece preços acessíveis e descontos para os estudantes.
A estudante de medicina Sophia Martinelli Rodrigues, de 19 anos, foi um dos 77 paerticipantes do Enem do ano passado que tiraram a nota máxima [4] (1.000) na redação. Sophia faz as provas do Enem desde 2012, quando ainda era estudante do primeiro ano do ensino médio, para treinar os conhecimentos. Esta foi a primeira vez que obteve a nota 1.000.
Sophia recorreu aos estudos online, na plataforma Descomplica. “Redação é basicamente prática. Quem pratica dificilmente vai mal. Duas ou três vezes por semana eu escrevia redações tanto online quanto presencialmente”. Ela acredita que o diferencial que a levou à nota 1.000 foi usar referências de contextos históricos e autores relacionados ao tema no texto. A prova que fez tinha como tema Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil.
Sobre os estudos pela internet, Sophia disse que sempre gostou da independência que proporcionam. “Nem sempre o professor está no mesmo ritmo que você. Às vezes. você já viu, e o professor continua naquilo. É a melhor coisa escolher o que vai estudar na hora que quer e do seu jeito.” A estudante ressalta, porém, que não abandonou as aulas presenciais. “Elas proporcionam informações e convívio que não tenho somente em casa.”
As provas serão aplicadas em dois domingos consecutivos, nos dias 5 e 12 de novembro. O resultado das provas poderá ser usado em processos seletivos para vagas no ensino público superior, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para bolsas de estudo em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e para obter financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil.
*Da Agência Brasil,
com adaptações