Literatura

Poesia palaciana

Poesia Palaciana é o nome dado para as poesias que eram produzidas em palácios pelos nobres. Destinada também ao público nobre, esse tipo de poesia foi recolhida por Garcia Resende, no Cancioneiro Geral e impresso em 880 composições no ano de 1516.

Poesia Palaciana

Foto: Reprodução

Principais características

A poesia é separada da música, pois a primeira é destinada à leitura, de forma que a própria linguagem é responsável pelo ritmo e pela expressividade. Com o passar do tempo o termo trovador assume caráter pejorativo, fazendo com que surja a imagem do poeta. Além disso, o lirismo amoroso trovadoresco, por meio de influência de Petrarca, assume uma conotação que tem a mulher idealizada, inatingível, e a sensualidade que era reprimida nas cantigas de amor passa a ser frequente. Entre as temáticas, tinha ainda o retrato dos usos e costumes da corte.

Marcada por ambiguidades, conotação, aliteração e jogo de palavras, a poesia palaciana foi pouco popular na época em que foi criada. Seu valor literário, no entanto, é inquestionável, fazendo com que seu estudo seja essencial para a história da literatura. Sua análise torna possível perceber como era o comportamento artístico e a cultura durante diversos reinados.

Métrica

Os versos utilizam as redondilhas menores, com cinco silabas poéticas, ou redondilhas maiores, com sete sílabas poéticas. Com temática variada, a poesia palaciana abrange composições religiosas, satíricas, didáticas, heroicas e líricas.

Em vários estilos, a poesia palaciana tinha quase como regra o uso de um mote, que era um tema ou motivo apresentado. Entre seus estilos estão o vilancete, que é composto por um mote de dois ou três versos, seguido de glosa, que é a composição poética que desenvolve o mote; a esparsa era composta de oito a dezesseis versos em somente uma estrofe, sem mote nem repetição de versos. Era usada para expressar a tristeza ou melancolia; a cantiga era usada para expressar os temas amorosos com o mote de quatro ou cinco versos ou de uma glosa de oito a dez versos; a trova, sem tema definido, deveria ter quatro ou oito versos e eram utilizadas tanto em poemas curtos como em longos; e a redondilha maior era a métrica comum usada para esses subgêneros.

Contraste entre poesia palaciana e trovadoresca

Durante o reinado de D. Afonso V em Portugal, no século XV, a poesia e o canto se desvincularam, passando a primeira a ser elaborada com ritmo, musicalidade e métrica bem acentuados. Feita para ser declamada ou lida individualmente, a poesia palaciana se contrapunha ao trovadorismo, que era feito para ser cantado dependendo de acompanhamento musical.