A Língua Brasileira de Sinais, Libras, é estabelecida pela lei nº 10.436/2002, que afirma que ela “é a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visualmotora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil”.
O ensino das libras é importante para todas as pessoas, independentemente de possuírem alguma deficiência ou não.
De acordo com a intérprete de Libras Maria Luisa Senhorinho Torres, que falou com exclusividade ao Estudo Prático, o estudo das libras “para o surdo [deve iniciar] assim que a deficiência for identificada. É importante que a família introduza a Libras aos poucos, para que a criança tenha uma comunicação mais fácil no futuro”.
Já a idade para o ensino de libras para crianças sem deficiência seria a partir dos quatro anos, de acordo com a especialista. “Ele [o ensino] já pode ser introduzido na escola ou em casa”, ressalta Maria Luisa.
A importância de estudar libras
E para quem pensa que se comunicar em Libras é algo bastante difícil, a intérprete dá uma dica crucial ao leitor do Estudo Prático: “a Libras não tem mistério e torna-se mais fácil quando você tem interesse. Contudo, para facilitar a aprendizagem, seria interessante fazer bons cursos e conviver sempre com a comunidade surda”.
Vale lembrar que a Libras é uma linguagem unicamente brasileira, pois cada país tem a sua forma de se comunicar através dos sinais.
Pensando na importância do ensino de libras, trazemos as dicas da Universidade Estadual Paulista, a Unesp, para facilitar o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais. Veja como.
Valorize a expressão facial
A Linguagem Brasileira de Sinais orienta todos os usuários e praticantes de Libras a utilizarem a expressão facial como recurso para ser melhor interpretado.
Veja também: Braille: Saiba mais sobre esse tipo de linguagem, seu significado e origem
“A expressão facial é extremamente importante para dar sentido aos sinais da Libras. Ela, além de fazer parte da formação do sinal, pode esclarecer ainda mais o que você pretende dizer à pessoa surda. Inclusive, se você não empregar expressão facial alguma, ao falar em Libras, estará se equivocando”.
Logo, é fundamental no ensino e aprendizado de Libras que os intérpretes façam cara de bravo, triste, feliz dependendo do que eles estão comunicando.
Entenda o papel dos sentidos
Pela ausência da audição, uma pessoa surda é mais sensível quanto a outros sentidos. Por exemplo, durante a comunicação em Libras, o ouvinte deve evitar tocar no surdo sem antes ter um contato visual, pois ele pode se assustar ao ser tocado bruscamente.
“Evite tocar o estudante surdo de forma imprevista, sem que ele visualize você. O toque é um dos sentidos aguçados da pessoa surda e ela pode se assustar. Então, dirija-se a ela vindo pela lateral e acene até que veja você”, ressalta o material da Unesp.
Outro sentido importante é o olhar. No comunicação de libras é essencial praticar a comunicação olho no olho, pois quando você está interagindo com alguém que não escuta, se você olha para o lado, ele também vai olhar procurando por algo, pois todas as expressões significam algo.
Veja também: Linguagem verbal e não verbal
Repita para dar ênfase
Quando uma pessoa quer dar ênfase em uma frase costuma repetir as palavras. Na Língua Brasileira de Sinais também é assim, só que com os gestos. “Como a pessoa surda não ouve o tom da voz, a ênfase das frases pode ser dada para ela mediante a repetição de um sinal. Portanto, é normal na comunicação em Libras a repetição de sinais, sendo assim, não tenha medo e faça a mesma coisa quando julgar necessário”.
Treine bastante
Saber libras é algo importante para a educação, comunicação e também para a vida profissional. Logo, treinar seu conhecimento em libras é algo que vai somar bastante à sua desenvoltura.
Converse bastante em libras e não esqueça de estudar a estrutura linguística, sublexical dos sinais, estruturação das sentenças, as categorias gramaticais e o alfabeto manual. Dessa forma, você alcançará o domínio da Língua Brasileira de Sinais.