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Por que não se pode comer carne na Sexta-feira Santa?

Se você é daquelas pessoas que não dispensam um bom churrasco, ou aquele pedaço suculento de carne, certamente já deve ter ouvido falar ou até seguido uma tradição que diz que não é permitido comer carne na Semana Santa, certo?

Mas, você sabe o porquê? É importante que você saiba que isso tem uma explicação, principalmente por ser ela que faz sustentar a tradição.

De acordo com os ensinamentos religiosos, abster-se de carne e jejuar na sexta-feira é uma prática plurissecular. Sustentando essa prática vem uma série de argumentos fortes por parte de Igreja.

O primeiro deles é que todos os cristãos precisam levar uma vida de ascese, ou seja, de elevação. Esta, por sinal, é uma regra básica da espiritualidade cristã.

Para substituir a carne vermelha, a tradição recomenda a ingestão de peixe

Durante a Semana Santa os católicos fazem jejum de carne (Foto: depositphotos)

Esse tipo de tradição é seguida com certa ênfase pelas pessoas de mais idade. Na maioria das vezes já veio de uma época que as tradições e ensinamentos religiosos ocupavam lugar de destaque perante a sociedade.  Hoje em dia, dado pela agitação com que muitas pessoas levam a vida, essa e muitas outras tradições vêm se perdendo no tempo.

Semana Santa sem carne vermelha

Segundo o que era difundido pela sabedoria popular em relação a proibição do consumo de carne vermelha na Sexta-feira Santa, o alimento fazia alusão ao sangue derramado por Cristo para salvar o povo dos pecados.

É como se abster-se desse alimento estaria unindo ao sacrifício e ao amor de Cristo. Nesse caso, o alimento que foi tomando como substituto foi o peixe.

Veja também: A origem da celebração da Paixão de Cristo [1]

Na história religiosa através dos tempos, o peixe acabou assumindo posição de destaque, tanto que passou a figurar como símbolo adotado pelos primeiros cristãos.

Ichthys, em grego, significa peixe e ao mesmo tempo são as iniciais da expressão “Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador”. Essa expressão foi usada nos primeiros tempos do cristianismo quando os fiéis eram perseguidos.

O que diz a igreja sobre o jejum?

A abstenção da carne era uma prática seguida também na quarta-feira

Houve uma época em que o jejum era obrigatório (Foto: depositphotos)

Sobre o jejum, os ensinamentos passados por Santo Tomás de Aquino explica que o “jejum foi estabelecido pela Igreja para reprimir as concupiscências da carne, cujo objeto são os prazeres sensíveis da mesa e das relações sexuais”.

Esse ensinamento surgiu em uma época que a abstenção da carne era uma prática seguida também na quarta e não era restrita só a carne, mas também ovos e laticínios.

Veja também: Páscoa: conheça a origem da data, a tradição do ovo de chocolate e do coelho [2]

Obrigatoriedade da abstenção de carne

Alguns membros da Igreja acreditam que os atos penitenciais faz lembrar da época apostólica. No entanto, não comer carne na Sexta-feira Santa iniciou-se como um costume e passou a vigorar como lei, instituída na Idade Média, o Papa Nicolau I, no século IX. Assim, a penitência passou a ser obrigatória para todos os cristãos a partir dos sete anos de idade, vista como a idade da razão.

Vale destacar que, essas ordenanças estão escritas no Código de Direito Canônico da Igreja Católica e não na Bíblia.

Veja também: O Dia de Corpus Christi [3]