Ao estudarmos a história da evolução de uma língua, é comum conhecermos divisões em período, no entanto, é preciso ressaltar que não há uma delimitação tão clara, uma vez que é possível encontrar elementos de épocas diferentes, tanto do galego-português quanto do português. Como sabemos, toda língua é viva e está sujeita a transformações, sendo influenciada por fatores sociais e históricos.
O século XIV é marcado pelo surgimento da prosa literária em português, com a “Crónica Geral de Espanha” (1344) e o “Livro de Linhagens”, de Dom Pedro.
Entre os séculos XIV e XVI, com a expansão marítima, a língua portuguesa foi levada para várias regiões da Ásia, África e América, sofrendo influências dos dialetos locais, ocorrendo, assim, a incorporação de novas palavras ao léxico português. Durante o Renascimento, a língua portuguesa também recebeu outras influências, como os italianismos e as palavras eruditas de origem grega.
A publicação do “Cancioneiro Geral de Garcia de Resende”, em 1516, marca o fim da utilização do português arcaico.
Alguns traços característicos diferenciam o português arcaico do português moderno. No aspecto fonético, há, por exemplo, grande número de hiatos e a persistência do e do o tônicos latinos.
No que se refere à morfologia, eram uniformes os substantivos em –dor, -tor, -or, e o superlativo absoluto também se formava com gram. Com relação à sintaxe, era comum o uso do pronome lhi ou lhe, ao mesmo tempo que lhis e lhes.