A técnica de usar o DNA de três pessoas também já foi usada para ajudar mulheres com risco de sofrer mutações genéticas raras ou de contraírem uma doença mitocondrial a terem filhos saudáveis.
Mas é inédito o acontecimento envolvendo um casal infértil. O procedimento usado na bebê ucraniana foi ligeiramente diferente do usado na que nasceu no México. Os médicos da Ucrânia fecundaram o óvulo da mãe com o esperma do pai e depois transferiram esses genes para o óvulo doador.
A filha do casal, nascida no começo de Janeiro, terá a genética do pai e da mãe somado com uma pequena quantidade de DNA da segunda mulher, que também participou do processo. Valery Zukin, especialista que conduziu o procedimento, disse em entrevista publicada pela BBC Mundo que iria trabalhar com a sensação de que estava ajudando um casal que era incapaz de ter filhos de modo convencional e outro paciente em uma situação semelhante.
O médico também alertou para questões éticas, como por exemplo, como a criança irá se sentir possuindo DNA de três pessoas diferentes. Em uma entrevista para o mesmo portal, o professor Adam Balen, presidente da British Fertility Society, contou que a transferência pronuclear “não foi devidamente avaliada ou testada cientificamente de modo que você tem que mostrar cautela antes de usar este método para melhorar o sucesso de processos in vitro”.