No Brasil, porém, toda esta diversidade religiosa foi duramente repreendida pelos portugueses que eram predominantemente católicos. Mesmo com a imposição dos brancos, os africanos passaram a adotar certas características católicas para “camuflar” a religião afro. Neste cenário formado por sincretismos surge os diversos tipos de Candomblé no território brasileiro.
Enquanto o Candomblé praticado no Brasil atualmente é conhecido como afro-brasileiro, a Umbanda é uma religião genuinamente brasileira. De acordo com o site Umbanda 24 horas, esta vertente nasceu em 1908 através do Médium Zélio Fernandino de Moraes e de seu guia, o Caboclo das 7 encruzilhadas. Rompendo-se com o espiritismo, a Umbanda carrega consigo elementos desta religião, bem como características dos indígenas, católicos e também africanos.
Diante do surgimento destas religiões, é possível estabelecer as principais diferenças entre elas. Por exemplo, enquanto a Umbanda realiza cultos para orixás e falanges (entidades), o Candomblé resume-se aos cultos para orixás. Para o médium e escritor umbandista Noberto Peixoto, na religião brasileira há a incorporação das entidades, momento conhecido como transe mediúnico. Já na de matriz africana, ocorre a manifestação do orixá, quando a divindade aflora e se integra a personalidade da matéria.
Outra grande diferença que existe entre o Candomblé e a Umbanda, ainda levando em consideração a explicação de Noberto, é que nesta primeira vertente há a sacralização dos animais, enquanto que na segunda não há este tipo de procedimento. As cantigas também são diferentes nos cultos, tendo em vista que na maioria das casas candomblecistas as músicas são cantadas de acordo com a língua que seus orixás falam. Na Umbanda, as músicas são em português.
O nome dado a pessoa que comanda o centro de Umbanda ou a casa de Candomblé também são diferentes. Na primeira situação, dá-se o nome de Pai de Santo ou Mãe de Santo, Pai de Terreiro ou Mãe de Terreiro, ou apenas Dirigente. Já no segundo caso, chama-se o sacerdote de Babalorixá ou Babalaô. Contudo, em ambas as religiões é necessário que o religioso passe por um processo de iniciação.
Por fim, mas não menos importante, há diferenças com relação as divindades cultuadas. Segundo o site Umbanda 24 horas, a Umbanda só trabalha com nove orixás, são eles: Ogum, Oxossi, Iemanjá, Iansã, Oxalá, Xangô, Obaluaê/Omulú, Nana Buruquê e Oxum. Enquanto isso, as várias casas de Candomblé podem variar o número de divindades, tendo algumas com 16 e outras que atingem até 72 orixás.