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Questão racial no Brasil

Que o racismo existe no Brasil, todo mundo sabe. Mas você sabia que isso já vem acontecendo desde o início da história do país? Os negros não eram habitantes nativos, mas acabaram chegando por aqui devido à escravidão e o interesse dos colonizadores portugueses em usá-los como escravos. Vamos mostrar como o racismo acabou se desenvolvendo nesse país marcado pela mistura racial.

Questão racial no Brasil

Foto: Reprodução

A colonização

No início do século XVI o colonizador português chegou ao Brasil e encontrou nações indígenas distribuídas por todo o território. O tráfico negreiro já existia em outras regiões e trazia muitos lucros devido à mão-de-obra escrava que despertou interesse das nossas primeiras oligarquias agrárias. No primeiro século da colonização, houve um acordo sem palavras, silencioso, que rompeu o uso da mão-de-obra dos índios. Os padres tentavam protege-los da escravização imposta pelos europeus, forçando dessa forma os portugueses a achar outra solução para a falta de trabalho barato.

O Sincretismo Cultural

Assim o negro começou a ser trazido da África para o Brasil, e explorado pelos portugueses. Com a chegada destes, começou o sincretismo cultural, ou seja, a fusão de conteúdos culturais indígenas, africanos e europeus. Pode-se dizer que no Brasil nada é essencialmente brasileiro, mas tudo é estrangeiro. No entanto, a grande influência no Brasil vem do português e do africano, pois os índios foram excessivamente reduzidos numericamente quando entraram em contato com o homem branco.

O Brasil, dessa forma, passou a ser visto um país com uma sociedade miscigenada nos sentidos racial e cultural pois a ideia de que “comemos cultura estrangeira e vomitamos a nossa maneira” acabou modelando uma meta-raça

Com isso, nasceu o mito brasileiro da “democracia racial”. Alguns teóricos de orientação conservadora, inclusive, insinuaram que havia um caráter humanista no escravismo nacional ignorando as condições de vida e de trabalho péssimas às quais os escravos africanos eram submetidos. A verdade, no entanto, é que os escravos sofriam maus-tratos terríveis, além de não receberem cuidados quando doentes ou gestantes.

O cenário racial

Enfim, depois de muitos anos de tortura, foi determinada que a escravidão estava abolida. O comércio, no entanto, continuou, vindo a ser extinguido somente 40 anos depois dessa determinação. Começaram a vir ao Brasil mão-de-obra imigrante, além das teorias racistas europeias que defendiam a superioridade racial e cultural do caucasiano loiro, impondo dessa forma a ideia de que a mistura étnica entre branco e negro gerando o mulato seria o primeiro passo para o “branqueamento”.

Os negros, apesar de não serem os únicos, foram os que mais sofreram dessa discriminação e encararam um país em que estavam por serem forçados, e não por vontade própria, mudando seus ideais para um discurso arianista. A segregação racial sempre foi implícita, sutil e insidiosa pautada por critérios socioeconômicos.

Atualmente, a segregação racial foi determinada como crime federal, mas isso não impede que ainda haja o preconceito e a exclusão de uma parcela significativa de pobres de origem negra. Isso tudo vem de um processo histórico que acabou por retirar oportunidades de crescimento dos negros. Existem muitos grupos que lutam pelo direito de igualdade dos negros e, com isso, há um real debate para combater a discriminação, seja qual for. Existe ainda, apesar de não aplicada com eficácia, uma legislação que combate o racismo, punindo àqueles que tem atos racistas.