Utilizando o pseudônimo de Rita de Queluz, a autora enviou ao jornal O Ceará, no ano de 1927, uma carta que ironizada o concurso Rainha dos Estudantes e, o diretor do jornal – amigo de seu pai – ao ver o sucesso da carta, faz um convite para que Rachel faça parte do jornal. Um fato curioso é que, ironicamente, a escritora foi eleita, três anos depois, como Rainha dos Estudantes do colégio em que se formou quando trabalhou como professora substituta. Durante a festa de coroação, chegou a notícia do assassinato de João Pessoa, e então ela joga a coroa no chão e com uma única explicação, deixa o local: “Sou repórter”.
No ano de 1930, quando foi submetida a um tratamento rígido de saúde devido a uma congestão pulmonar e suspeita de tuberculose, ela é obrigada a repousar e, com isso, escreve “O Quinze”, livro que retrata a seca. Profundamente social e realista, o livro conquistou seus pais que emprestam o dinheiro para a publicação. Com a hesitação dos críticos cearenses, Rachel envia o livro para o Rio de Janeiro e São Paulo, onde foi elogiada. Graças ao livro, tornou-se uma personalidade literária.
No ano seguinte recebe um prêmio no Rio, onde conhece integrantes do Partido Comunista. Volta ao Ceará e cria o PC Cearense. Após casar-se, é presa como agitadora comunista e tem seu livro “João Miguel” censurado pelo seu próprio partido. Fingindo concordar, ela foge, rompendo com o partido, e publica sua obra pela editora Schmidt no Rio. Mudou-se para São Paulo onde teve sua primeira filha, Clotilde.
Mudou-se para Maceió onde, com 18 meses, perde sua filha, vítima de septicemia. Lá conhece importantes escritores como Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Separou-se do marido e mudou-se novamente para o Rio de Janeiro, dando continuidade à sua vida profissional.
Quando separou-se do marido, publicou seu quarto romance, chamado “As Três Marias” No ano de falecimento de seu pai, 1948, publica “A Donzela e a Moura Torta”, seguido de quarenta edições da revista O Cruzeiro no ano de 1950.
Para o teatro, escreveu “Lampião”, peça que foi montada no ano de 1953. Aos 90 anos, a escritora afirma que não gosta de escrever, mas o faz para manter seu sustento. Continua escrevendo, até a sua morte, no ano de 2003.
Suas principais obras são “O Quinze”, “As Três Marias”, “Dôra, Doralina”, “O Galo de Ouro” e “Memorial de Maria Moura” que, para a autora, eram os únicos considerados. Para ela, o restante eram “compilações de crônicas que fiz para a imprensa, sem muito prazer de escrever, mas porque precisava sustentar-me”.