Henrique VIII desejava ter um filho para sucedê-lo no trono e acusava Catarina de negar-lhe esse desejo. Utilizando-se desse argumento, começou um relacionamento amoroso com uma inglesa, dama de sua esposa, Ana Bolena.
No ano de 1527, o rei absoluto inglês pediu ao papa Clemente VII que concedesse o divórcio com Catarina de Aragão, visando casar-se com Ana Bolena. Entre os motivos alegados, foi o de que seu irmão, Artur, havia consumado o casamento com sua atual esposa.
Conceder o divórcio a Henrique VIII significaria, para o Papa, virar as costas para a Espanha, que era predominantemente cristã. Diante disso, o divórcio foi negado.
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A recusa do divórcio com Catarina de Aragão era o pretexto que Henrique VIII esperava para poder alcançar seu principal objetivo, que seria o de romper com a Igreja Católica e ampliar seus poderes políticos e religiosos na Inglaterra.
Blainey (2012) afirma que:
a disputa resultou na excomunhão de Henrique VIII. Assim, com a aprovação do Parlamento inglês, convocado depois de longo recesso, ele se nomeou ‘chefe supremo da Igreja’ na Inglaterra e, aos poucos, confiscou as propriedades e os direitos do papa.
O ato do parlamento em conceder amplos poderes a Henrique VIII após o rompimento com a Igreja Católica ficou conhecido como Ato de Supremacia (1534).
Após o divórcio com Catarina de Aragão e o casamento com Ana Bolena, Henrique VIII casou-se com mais quatro mulheres, sendo elas: Jane Seymour; Ana de Cleves; Catarina Howard e Catarina Parr.
A reforma anglicana proporcionou a Henrique VIII o confisco de terras eclesiásticas e a ampliação de seu poder real. “Com a morte de Henrique, caberia à sua filha, a rainha Elizabeth I (1558-1603), a tarefa de consolidar o anglicanismo como religião oficial da Inglaterra” (AZEVEDO; SERIACOPI, 2008).
Veja também: Filosofia da religião [2]
Por ser uma ruptura mais política que religiosa muitas igrejas Anglicanas passaram a ter um rito e doutrina muito semelhante ao da Igreja Católica, sendo considerada por muitos como a reforma menos protestante de todas.
Contudo, os desdobramentos dessa reforma religiosa, juntamente com as reformas luterana e calvinista, levaram a Igreja Católica a realizar um movimento que ficou conhecido como Contrarreforma.
» BLAINEY, G. Uma breve história do cristianismo. 1 ed. São Paulo: Editora Fundamento Educacional Ltda, 2012.
» SERIACOPI, R.; AZEVEDO, G. C. História: volume único. 1 ed. São Paulo: Ática, 2005.