Os verbos intransitivos não exigem complemento, pois têm sentido completo. Exemplo: As folhas caíram.
Os verbos transitivos são divididos em: transitivos diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos (bitransitivos).
Transitivos diretos: são os verbos que pedem um objeto direto, isto é, um complemento sem preposição. Exemplo: Li o artigo que você publicou.
Os verbos transitivos diretos incluem os seguintes: abandonar, aborrecer, acusar, abraçar, admirar, auxiliar, conhecer, convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, prejudicar, proteger, respeitar, suportar, ver, visitar etc.
Transitivos indiretos: são os que exigem complemento com preposição, chamado objeto indireto. Exemplo: Gostamos do apartamento e da vizinhança.
Entre os verbos transitivos indiretos estão: consistir, responder, simpatizar etc.
Transitivos diretos e indiretos (bitransitivos): são os que se usam com dois objetos, um direto e outro indireto, ao mesmo tempo. Exemplo: Ceda o lugar aos mais velhos.
Os principais verbos bitransitivos são: atirar, atribuir, dar, doar, ceder, apresentar, ofertar, oferecer, pedir, prometer, explicar, ensinar, proporcionar, perdoar, pagar, preferir, devolver etc.
De acordo com o gramático Domingos Paschoal Cegalla, há verbos que admitem mais de uma regência sem mudar de sentido. Confira alguns exemplos a seguir, retirados da “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”:
-A aurora antecede o dia.
-A aurora antecede ao dia.
-José não tarda a chegar.
-José não tarda em chegar.
-Desfrutemos os bens da vida.
-Desfrutemos dos bens da vida.
Outros verbos assumem outra significação quando se muda a regência. Observe os exemplos a seguir, também retirados da gramática de Cegalla:
-Aspirei o aroma das flores. (= sorver, absorver)
-Aspirei ao sacerdócio. (= desejar, pretender)
-Ele não precisou a quantia. (= informar com exatidão)
-Ele não precisou da quantia. (= necessitar)
Vejamos alguns verbos com suas regências e acepções na língua atual.
Transitivo direto, quando significa “prestar assistência, confortar, ajudar”.
Exemplos:
-A enfermeira assiste o doente.
-“Ele sofreu sozinho, não o assisti.” (Carlos Drummond de Andrade)
Transitivo indireto (com a preposição “a”), no sentido de “presenciar, estar presente a”.
Exemplos:
-Algumas pessoas assistiam ao espetáculo.
-Por que não assistiu às aulas?
No sentido de “causar agrado, contentar, satisfazer, aprazer”, usa-se, mais frequentemente, com objeto indireto.
Exemplos:
-A banda agradou ao público.
-Minha sugestão não lhe agradou.
Usa-se como verbo intransitivo na acepção de “causar satisfação, ser agradável ou atraente”.
Exemplos:
-A exibição do grupo de dança não agradou.
-Nada agrada tanto quanto uma boa canção.
É transitivo direto na acepção de “causar mal-estar, angustiar”.
Exemplo:
-“O cansaço ansiava-o.” (Camilo Castelo Branco)
Com o significado de “desejar ardentemente”, em geral, é transitivo indireto (preposição “por”) e, às vezes, transitivo direto. Confira os exemplos a seguir, retirados da “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”:
-“Ansiava pelo novo dia que vinha nascendo.” (Fernando Sabino)
-“Viagem longa é para quem anseia voltar.” (Jorge Amado)
-“Ansiava por me ver fora daquela casa.” (Machado de Assis)