Relevo: o que é, quais são as formas

Vários textos que falam sobre as características físicas dos lugares usam o conceito de “relevo” como um dado importante dos aspectos geográficos. Apesar de ser uma palavra comum, algumas pessoas ainda podem ter dúvidas do que esse conceito representa na prática.

Geralmente, a ideia de relevo aparece associada com clima e vegetação, ou mesmo com a noção de altitudes. Para o conhecimento geográfico, o relevo é um dado muito importante, pois tem relação com a organização e uso dos espaços geográficos.

O que é relevo?

Como relevo entende-se, basicamente, o modelado da superfície terrestre. Ou seja, as formas que a superfície terrestre assume por conta de agentes internos (endógenos) e externos (exógenos).

O relevo está na base da constituição das várias paisagens terrestres, porque influencia os climas e consequentemente o tipo de vegetação (embora o agente principal em relação aos climas seja a latitude). A Geografia tem grande interesse no estudo do relevo terrestre, isso porque esse elemento é muito importante em relação a distribuição populacional, ocupação e organização do espaço geográfico.

Relevo brasileiro com vegetação

O revelo no Brasil é formado por agentes interno e externos (Foto: depositphotos)

Várias áreas do conhecimento se interessam pelo estudo do relevo, mas uma área em específico tem o relevo como seu objeto primordial, que é a Geomorfologia. Essa área é um ramo da Geologia que estudo basicamente as formas do relevo terrestre (Geo: Terra, morfologia: estudo das formas).

Quais são as principais formas de relevo no Brasil?

Não existe uma classificação única para o relevo brasileiro, já que foram vários os pesquisadores que se dedicaram nessa área de pesquisas. As três teorias mais importantes e bem aceitas sobre o relevo do Brasil são as formuladas por Aroldo Azevedo, que utilizou como critério o nível altimétrico (elevação de um local da superfície terrestre em relação ao nível do mar).

Aziz Ab’Saber, com uma classificação baseada no processo de erosão e sedimentação. E Jurandyr Ross, com base no projeto “Radambrasil”, um levantamento realizado no território brasileiro, entre 1970 e 1985, com um equipamento espacial de radar instalado em avião. As três categorizações são importantes no campo dos conhecimentos geográficos, mas a que tem sido mais utilizada na atualidade é a de Ross, por ser mais recente.

Para Jurandyr Ross, o relevo por ser dividido em três grandes categorias, sendo elas:

  • Planalto: são terrenos elevados, com altitudes acima de 300 metros. Esse tipo de relevo pode ser encontrado em diferentes partes do país, sendo caracterizado pela formação de chapadas e de extensas superfícies planas
  • Planície: é uma forma de relevo recente, sendo caracterizado por superfícies extremamente planas, com altitudes entre 0 e 100 metros. Essas áreas, em razão da baixa altitude, estão sujeitas a inundações
  • Depressão: caracteriza-se por terrenos relativamente inclinados cuja altitude varia de 100 a 500 metros. A erosão é o principal fenômeno responsável pela formação desse tipo de relevo. Para o território brasileiro, Ross define 28 unidades do relevo, distribuídos em planaltos, planícies e depressões.

Veja também: Tipos de relevo do Brasil

Agentes formadores do relevo

Basicamente são dois mecanismos formadores do relevo terrestre, sendo eles os Endógenos, que são motivados pela ação interna da terra, através de impulsos de energia. E os Exógenos, que modelam as formas do relevo externamente, como a temperatura, ventos, chuvas, rios, microrganismos, cobertura vegetal e os próprios homens.

Além disso, a ação antrópica tem uma grande importância, já que o homem modifica grandemente seu ambiente, afetando também as configurações do relevo.

Um fenômeno em especial merece destaque quanto ao modelado do relevo terrestre, que é o intemperismo. Esse fenômeno é um processo de degradação física, química e biológica que as rochas (e consequentemente o relevo) sofrem ao longo dos anos.

Existem três tipos de intemperismos, sendo eles: Intemperismo Físico, processo de desagregação das rochas, as quais sofrem com fraturas e fragmentações; Intemperismo Biológico, processo de decomposição ocasionado nas rochas pela atividade de seres vivos diversos, como bactérias, fungos, e mesmo pelos seres humanos e ainda o Intemperismo Químico, consiste na decomposição das rochas no meio natural, especialmente pela ação da água, a qual dissolve os materiais solúveis que compõem estas.

Veja a imagem de como ficou a região do garimpo de Serra Pelada, município de Curionópolis, no sudeste do Pará, a qual foi amplamente modificada pela ação mineradora (ação antrópica, o homem que modificou esse relevo).

Curiosidade sobre o relevo brasileiro

Não há um consenso entre os pesquisadores sobre o fato de haver ou não montanhas em território brasileiro. No entanto, os maiores pesquisadores da área afirmam que não há de fato montanhas no Brasil, o que existem são pontos de maior elevação, mas já bastante desgastados pela ação do tempo e os agentes modeladores do relevo.

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Não há montanhas jovens no Brasil pois o território brasileiro está sobre uma placa tectônica (placa sul-americana), não tendo os fatores necessários para formação desse tipo de relevo (dobramentos modernos). Os pontos mais elevados do território brasileiro são: 1º Pico da Neblina – 2.993,8 metros, 2º Pico 31 de Março – 2.972,7 metros, 3º Pico da Bandeira – 2.892 metros, 4º Pedra da Mina – 2.798,4 metros, 5º Pico das Agulhas Negras – 2.791,5 metros.

Referências

BERTOLINI, William Zanete; VALADÃO, Roberto Célio. A abordagem do relevo pela geografia: uma análise a partir dos livros didáticos. TERRÆ DIDATICA 5(1):27-41, 2009. Disponível em: https://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v5/pdf-v5/TD_V-a3.pdf. Acesso em 14 nov. 2018.

POLON, Luana. Estudo Prático. Tipos de relevo do Brasil. Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/tipos-de-relevo-do-brasil/. Acesso em 14 nov. 2018.

POLON, Luana. Estudo Prático. Intemperismo. Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/intemperismo/. Acesso em 14 nov. 2018.

Sobre o autor

Mestre em Geografia e Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Especialista em Neuropedagogia pela Faculdade Alfa de Umuarama (FAU) e em Educação Profissional e Tecnológica (São Braz).