Reprocessamento nuclear

Denomina-se reprocessamento nuclear a técnica de separação e recuperação química do plutônio ou do urânio presentes no combustível nuclear dos reatores. Esta técnica foi criada no final dos anos 1940, com o emprego de tecnologia e pesquisa para a reciclagem e reaproveitamento da matéria-prima do combustível nuclear.

O reprocessamento nuclear separa elementos utilizáveis, como urânio e o plutônio, dos produtos de fissão e outros materiais do combustível nuclear gasto nos reatores nucleares.

Como ocorre o reprocessamento nuclear?

Este processo tecnológico ocorre por meio de várias operações químicas, sendo um processo complexo que envolve componentes que também são radioativos. Normalmente, o objetivo do reprocessamento nuclear é adicionar os elementos utilizáveis a um novo combustível de óxido mesclado (MOX).

Nas várias operações químicas necessárias no processo, o plutônio e o urânio são separados de outros resíduos nucleares presentes nos combustíveis. Após a sua finalização, esta técnica permite a reutilização do plutônio em reatores e armas nucleares.

Reprocessamento nuclear

Foto: Reprodução

O urânio e o plutônio reprocessado integram a maior parte do material combustível irradiado. Cerca de 96% da reciclagem recai sobre o urânio, enquanto o plutônio está presente em 1% do total, e em grande parte é usado no combustível de óxido misto (MOX). A composição de urânio depende não só do enriquecimento inicial, mas também do momento em que o combustível foi utilizado no reator. Além do plutônio e do urânio, atualmente outros elementos estão sendo aproveitados, como os actinídeos.

Esta atividade é comum desde a década de 40, pois estes elementos são, no geral, difíceis no planeta inteiro, e esta prática evita o desperdício de valiosos recursos.

As vantagens e aplicações

No processo, o urânio e o plutônio não utilizados nos elementos combustíveis são recuperados, evitando o desperdício e assim se fecha o ciclo do combustível, em que há um ganho de aproximadamente 25% mais energia se comparado ao urânio do processo original. Outra vantagem é que, na teoria, o reprocessamento nuclear reduz o volume de material a ser eliminado como resíduo de alto risco em cerca de um quinto. Como o nível de radioatividade no reprocessamento de resíduos é menor, isto deveria contribuir para uma forma de utilização mais segura de energia.

Inicialmente, o processo de reutilização tinha como destino o campo militar e o desenvolvimento de novas armas. O mais importante hoje é garantir que o material adquirido por meio do reprocessamento nuclear seja utilizado para fins pacíficos, como nas usinas produtoras de energia elétrica.

Sobre o autor

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), outorgado pelo Instituto Cervantes. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.