Assim, comandados pelos líderes Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro, fizeram uma afoita travessia por terra, transportando dois barcos levados por carretas que eram puxadas por bois até o Rio Tramandaí. Tal audácia partiu da ideia apresentada por Garibaldi, o líder da tropa marítima e comandante dos navios, como uma alternativa mediante a impossibilidade de se locomoverem pela Lagoa dos Patos que estava sendo vigiada pela marinha.
Em 1839, durante o mês de julho, os farrapos conquistaram a vila de Laguna sem enfrentar muita resistência e fizeram a proclamação da República Juliana. A partir daí iniciaram a composição dessa nova República com uso de eleições, nas quais o cargo de presidente foi tomado pelo Tenente-Coronel Joaquim Xavier Neves.
Algum tempo após, o padre Vicente Ferreira dos Santos Cordeiro ocupou o cargo de presidente, nomeado a partir dos gaúchos agitadores até então insatisfeitos. A Laguna foi escolhida como Capital interina da República Juliana e foram determinadas as cores amarela, branca e verde como oficiais. Além disso, foi estabelecida a extinção dos impostos cobrados no comércio de gado e na indústria do campo.
A República Juliana ficou conhecida na história como um estado pertencente à Santa Catarina, sendo oficializada em 24 de julho de 1839, o que justifica o nome “Juliana”. Mas teve fim ainda neste ano, no dia 15 de novembro, após a derrota em um violento ataque à Laguna. Neste episódio a esquadra farroupilha foi aniquilada e somente os líderes Garibaldi e Canabarro conseguiram fugir.