Em 24 de agosto de 1820, teve início no Porto a revolução liberal portuguesa, justamente no período em que Beresford havia viajado para encontrar D. João Vi no Brasil. O movimento ganhou adesão popular e até mesmo de Lisboa, que era a capital do reino, local onde ficou instalada a Junta Provisional do Conselho do Reino, que desbaratou a regência do marechal britânico.
Eleições para as Cortes Constituintes ocorreram em dezembro daquele mesmo ano, em que ficou estabelecida a regência de cinco membros que iniciaram a elaboração da Constituição, que foi aprovada em março de 1821. Proclamada à nação e jurada pelo rei, em Portugal, a primeira constituição portuguesa ficou estabelecida publicamente seis meses depois, em setembro.
Os segmentos sociais brasileiros, até então, apoiaram a Revolução do Porto, uma vez que o Brasil também iria usufruir de benefícios a partir do liberalismo do novo e revolucionário governo.
A exigência de que D. João VI cumprisse as decisões da Corte ganhou cada vez mais força, sobretudo depois que parcela dos militares, comerciante e funcionários portugueses uniram-se aos liberais brasileiros. Inclusive, em 26 de fevereiro de 1821, uma manifestação foi realizada no largo Rossio, atual Praça de Tiradentes, justamente para cobrar o cumprimento da constituição por parte do rei.
Pouco antes da partida das lideranças radicais para Portugal, uma pressão popular ocorreu para que o rei fizesse o juramento de uma cópia da Constituição espanhola para o Brasil, até que a constituição portuguesa chegasse ao país. À época, um tímido clima de conformidade reinava no país, mas somente até o retorno do rei para Portugal.