Idade Moderna

Revolução Inglesa

A Revolução Inglesa consiste numa grande disputa de cunho econômico e religioso sobre a relação de poder entre monarquia e parlamento, relação esta que refletia diretamente na classe burguesa, principal interessada no assunto. Tendo início no começo do século XVII esta disputa fervorosa deu origem a um dos processos que marcou o início da crise no regime monárquico inglês.

Antecedentes da Revolução Inglesa

Os antecedentes da Revolução Inglesa atravessam diversos governos onde, durante anos, a tomada de decisões relacionadas à religião e à economia da Inglaterra refletiu imediatamente na insatisfação de grande parte da burguesia da época. Veja como os governos agiram gradativamente para culminar numa revolução popular.

Revolução Inglesa - Coroação de Guilherme Orange

Coroação de Guilherme Orange, um dos grandes acontecimentos durante a Revolução Inglesa. | Imagem: Reprodução

A dinastia Tudor significou para a Inglaterra um período de grande crescimento econômico e consolidação do sistema absolutista de governo. Henrique VIII foi o responsável pela criação do Anglicanismo, religião de conteúdo Calvinista e aparência católica e que estreitava os vínculos entre Estado e burguesia. Grande parte da classe burguesa era de orientação religiosa Protestante e apoiava o controle que tinha o rei sobre a nova religião.

Com o rompimento das relações entre Estado e igreja católica houve o confisco de terras pertencentes ao clero e com isso o governo da rainha Elizabeth I (1558-1603) viu uma oportunidade para favorecer-se junto à burguesia e ampliar as atividades mercantis da Inglaterra. Contudo este crescimento era desordenado, pois havia uma exclusão de parte da burguesia. Os beneficiados eram apenas aqueles que possuíam algum conhecimento de pessoas ligadas à nobreza. A Lei dos Cercamentos também foi instaurada, tendo continuidade no governo de Jaime I (1603-1625), da dinastia Stuart, onde grande parte dos camponeses perdiam suas terras para a produção de produtos (matérias primas) que abasteciam o engenhoso comércio britânico.

Seu sucessor no governo, Carlos I (1625-1648) tomou novas medidas que causaram grande descontentamento pela Inglaterra como a ampliação dos direitos políticos e legais da população católica da época. A burguesia de maioria protestante, claro não gostou da ideia da instalação de um governo católico.

Os confrontos

A burguesia, descontente com o possível governo católico que se instaurava na Inglaterra, e os camponeses, insatisfeitos com o empobrecimento causado pelos cercamentos, decidiram se unirem contra a autoridade do rei , liderados por Oliver Cromwell instalando um estado de guerra civil com o seu Exército Puritano. Eles conseguiram subjugar os partidários da nobreza e instaurar um novo tipo de governo. O governo de Cromwell teve início no ano de 1649 e uma das medidas que tomou em favor da burguesia e camponeses foi o decreto dos Atos de Navegação, estes estabeleciam medidas para o desenvolvimento e incentivo aos negócios burgueses.

Contudo em 1658 Oliver Cromwell faleceu dando lugar ao seu sucessor no governo, seu filho Richard Cromwell. A nobreza monárquica pressionou o novo governante de tal forma que este não resistiu e abriu as portas para a restauração da dinastia Stuart comandada desta vez por Jaime II. Desta vez a burguesia aliou-se ao genro de Jaime, Guilherme de Orange, pois, temia a restauração de um regime absolutista. Junto a Guilherme a burguesia pôs abaixo o poder do rei e deflagrou a Revolução Gloriosa. Esta nova revolução levou Guilherme ao trono e o mesmo assinou a Declaração dos Direitos, documento que previa a subordinação da realeza ao parlamento.

A partir de então a Inglaterra enfrentou grande crescimento econômico, encontrando-se hoje como uma das mais importantes economias do mundo.