Um levantamento da FreightWatch International indica que 37% dos assaltos ocorrem pela manhã e 20% durante a madrugada. A maioria das ocorrências acontecem em vias urbanas com 75% e os 25% restante em rodovias.
As mercadorias mais roubadas por ordem de interesse são: produtos alimentícios, cigarros, eletrodomésticos, produtos farmacêuticos, produtos químicos e autopeças.
O aumento dos roubos de cargas no Brasil deve-se, sobretudo, ao número reduzido de agentes da Polícia Rodoviária Federal no Brasil. Além disso, a falta de leis mais rígidas acaba funcionando como um incentivo para que mais pessoas se envolvam com a receptação e armazenamento de mercadorias roubadas.
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Soma-se a isso a forte atuação do crime organizado nas grandes cidades, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo, onde ocorre a maioria dos roubos de cargas.
Outra pesquisa divulgada pelo comitê de transporte de cargas do Reino Unido, o Joint Cargo Committee, colocou o Brasil em 6º lugar no ranking de lugares mais potencialmente perigosos para as transportadoras de carga.
Foram 57 países elencados e a posição do Brasil só perde para países que estão em conflito como a Síria, Líbia e Afeganistão, Iraque e Somália. Se retirarmos essas nações, o Brasil ocupa o primeiro lugar absoluto.
Os números são tão alarmantes que a quantidade de ocorrências no Brasil levou 44 dias para superar o registro roubos de cargas em mais de 20 países europeus, além de Estados Unidos e Canadá.
Por ordem de periculosidade, o Joint Cargo Committee organizou: Síria, Líbia, Iêmen, Afeganistão, Sudão do Sul, Brasil, Iraque, Somália, República Centro-Africana e República do Mali.
O cenário de alta periculosidade brasileiro leva as empresas de transporte e cargas a tomarem decisões radicais para preservar o seu patrimônio. Muitas delas chegam a cobrar um preço superior quando é para circular em regiões arriscadas, como Rio de Janeiro e São Paulo.
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Outras medidas protetivas fazem parte das ações das companhias que incluem programas de proteção e regras rígidas sobre circulação. Veja algumas medidas adotadas:
A tecnologia tem um papel importante para localizar os veículos roubados. O rastreamento é um dos investimentos mais comuns que as empresas fazem para ter menos perdas. Infelizmente, o rastreamento não atua diretamente na prevenção aos incidentes, mas auxilia para que os veículos sejam localizadas mais rapidamente depois de roubados.
Essa estratégia é bem inteligente e simples. Consiste em colocar uma isca de rastreamento em meio às cargas. O que quer dizer que mesmo que o bandido se livre do caminhão que é rastreado, ainda terá entre os itens roubados um pequeno rastreador que vai determinar a sua localização.
Apesar de muita gente achar que é a mesma coisa, o serviço de monitoramento não é a mesma coisa que rastreamento. O primeiro acontece quando o veículo é monitorado por uma central. A partir disso, o gestor de logística tem controle de onde o caminhão está e percebe logo que ele sai da sua rota, o que é bem comum em abordagens de bandidos.
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Os motoristas também passam por um severo treinamento de segurança. Eles aprendem a como se comportar em situações de estresse extremo e quais as medidas a serem tomadas se forem roubados.
Acredite se quiser, mas há empresas abandonando as rodovias nacionais por conta dos prejuízos dos roubos de cargas. Prova disso são os fabricantes de remédios e celulares que estão recorrendo ao transporte aéreo, ao invés de terrestre.
A escolta é um recurso antigo e bem dispendioso para a empresa, mas ainda assim bastante utilizado. As empresas que transportam valores altos, chegam a disponibilizar escolta dupla para realizar o transporte de carga no Brasil.
Essa é uma decisão radical, mas que muitas empresas optaram por fazer. Em determinados trechos de São Paulo e do Rio, as transportadoras estão cancelando as rotas e deixando de atender a região por conta dos constantes roubos de cargas e veículos que ocorrem nos locais.
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