Sais minerais: o que são, funções e alimentos

Nesse artigo você vai conferir o que são os sais minerais e quais suas funções no corpo humano. Veja também quais alimentos são ricos nessas substâncias. Veja isso e muito mais a seguir!

As células são compostas por dois grupos de substâncias, as substâncias orgânicas e as inorgânicas. As substâncias inorgânicas são representadas pela água e pelos sais minerais; as substâncias orgânicas, pelos carboidratos (como os açúcares), lipídios (como as gorduras e os óleos), proteínas e ácidos nucleicos, além das vitaminas.

A porcentagem média dessas substâncias no corpo dos animais é: as proteínas correspondem a cerca de 14% e os lipídios, a aproximadamente 3%. As demais substâncias – carboidratos, ácidos nucleicos e sais minerais – ocorrem em porcentagens de 1% cada uma.

Nas células vegetais, os teores de água e de carboidratos são mais elevados e o teor de proteínas é menor. A água é a substância mais abundante dentro e fora do corpo dos seres vivos, sendo super importante em parceria com os sais minerais para o desenvolvimento da planta, pois a absorção dessas substâncias acontece pela raiz, sendo direcionadas às demais partes do vegetal.

Qual a função dos sais minerais?

Os sais minerais podem participar como constituintes de estruturas esqueléticas do corpo dos seres vivos, como é o caso do fosfato de cálcio, abundante nos ossos e nos dentes. Podem também ocorrer dissolvidos em água, caso em que eles se dissociam em íons, que são partículas com carga elétrica positiva ou negativa. Os íons são fundamentais ao metabolismo celular.

Cesta com vegetais e legumes

O corpo não produz sais minerais precisando ingerir alimentos ricos no nutriente (Foto: depositphotos)

Os sais minerais são importantes para o ser humano, pois são essenciais para o bom funcionamento do organismo, atuando nas mais variadas funções, como contração muscular, coagulação sanguínea, síntese de proteínas e outras mais.

Alimentos ricos em sais minerais

Os sais minerais, bem como as vitaminas, não podem ser sintetizadas pelo ser humano e, por isso, devem ser obtidos através da alimentação. Eles são encontrados nos mais variados alimentos, como nas frutas, legumes, verduras, leite e derivados, leguminosas, cereais, frutos do mar, peixes, fígado, carnes, entre outros.

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A seguir, segue resumidamente alguns minerais, suas principais funções no organismo humano e principais fontes alimentares.

  1. Cálcio: participa da formação e manutenção da estrutura de ossos e dentes e da coagulação sanguínea; faz parte do processo de transmissão de impulsos nervosos, dos batimentos cardíacos e da regulação da contração muscular. É encontrado no leite e derivados e nos vegetais verde escuros.
  2. Fósforo: participa da formação e manutenção da estrutura de ossos e dentes; faz parte da molécula de ácido nucleico e de uma importante substância que atua na célula como reserva de energia: o ATP (trifosfato de adenosina). É encontrado no leite e derivados, carnes, aves, peixes, cereais e legumes.
  3. Potássio: participa do processo de contração muscular, da regulação da pressão sanguínea, do processo de transmissão de impulsos nervosos e da manutenção do equilíbrio hídrico; participa da síntese de glicogênio, de proteínas e do metabolismo energético. É encontrado em verduras, frutas, leguminosas, carnes e leite.
  4. Sódio: atua na regulação do equilíbrio hídrico; participa da transmissão dos impulsos nervosos e do relaxamento muscular. É encontrado no sal comum de cozinha.
  5. Cloro: atua na manutenção do equilíbrio hídrico. É encontrado no sal comum de cozinha.
  6. Magnésio: participa na contração muscular. É encontrado nos cereais, vegetais e frutas.
  7. Ferro: compõe a hemoglobina e a mioglobina – pigmentos que têm grande afinidade com gases respiratórios, como o oxigênio. É encontrado em carnes, fígado, vegetais verde escuros e leguminosas.
  8. Zinco: faz parte das enzimas e dos hormônios que participam das principais vias metabólicas; atua no processo de cicatrização e compõe as enzimas envolvidas na digestão. É encontrado nas carnes, fígado, ovos, mariscos e cereais.
  9. Iodo: faz parte dos hormônios da glândula tireóidea, que regulam o metabolismo. Sua falta pode causa o hipotireoidismo , que pode levar ao desenvolvimento acentuado da glândula tireóidea, determinando o bócio. É encontrado nos peixes, frutos do mar e sal iodado.
  10. Flúor: participa da manutenção da estrutura dos ossos e do esmalte dos dentes. É encontrado nos peixes e água fluoretada.
  11. Cromo: atua no metabolismo energético e no metabolismo da glicose. É encontrado nos cereais integrais, levedo de cerveja e carnes.
  12. Selênio: funciona em íntima associação com a vitamina E. É encontrado nos mariscos, carnes, fígado, cereais e leguminosas.
  13. Manganês: contribui na utilização da glicose para o fornecimento de energia. É encontrado nos cereais, frutas e verduras.

Carência

Indivíduos que apresentam os níveis desses minerais abaixo do recomendado, devem procurar orientação médica para uma possível suplementação. A princípio, todos os alimentos deveriam conter algum tipo de mineral, porém, a industrialização e os métodos de conservação acabam eliminando-os.

Os minerais também são importantes na prática esportiva, pois durante a atividade física a perda de água pelo suor é sempre acompanhada pela perda de sais, como sódio, cloreto, potássio, magnésio e cálcio. A falta destes pode levar ao aparecimento de cãibras e espasmos musculares.

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Falsos saudáveis

Aliados na luta contra o excesso de calorias e doenças como o diabetes, alimentos diet e light podem ser inimigos na luta contra doenças como a hipertensão. Nesses alimentos, o teor de sódio costuma ser maior do que nos similares convencionais. Resultados de pesquisas alertam os consumidores, pois o teor de sódio dos alimentos IR (alimentos com isenção ou redução de nutrientes) foi, em média, 43% maior que o dos similares convencionais.

Caldos, pós para refresco, gelatinas, refrigerantes e balas estão entre os alimentos com maior teor de sódio. Já picolés, cereais e mistura para bolo diet ou light têm menos sódio que a versão convencional desses alimentos.

Embora na maioria das vezes os alimentos contenham sódio em sua composição natural, muitos recebem acréscimo da substância no processo de fabricação. A adição é feita para realçar o sabor, modificar a textura ou substituir algum ingrediente.

Consumido em excesso, o sódio pode desencadear não só a hipertensão, mas também problemas renais, doenças cardiovasculares e até certos tipos de câncer. A Organização Mundial de Saúde recomenda o consumo máximo de 2 g de sódio por dia, o equivalente a 5 g de sal de cozinha.

Embora o exame de rótulos alimentícios não seja tarefa simples para os consumidores, estes devem estar atentos ao que consomem. A simples alegação em destaque no rótulo de que um produto é livre de gordura não deve fazer com que o consumidor acredite que ele está livre de outros possíveis elementos nocivos à saúde.

Sobre o autor

Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.