Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB), que acompanhou os debates, o Brasil deveria adotar amplamente a experiência dos REA para que este seja um elemento transformador da educação no país. “Sempre levantamos o tripé da educação, cultura e comunicação, e esse conceito junta essas três possibilidades e não invade o direito autoral porque lida com domínio público.”
A deputada destacou como aspecto fundamental a possibilidade de regionalização do conteúdo a partir da adaptação dos materiais. “Você não pode fazer uma educação simplesmente conceitual e genérica. As pessoas precisam entender sua realidade e compreender sua riqueza local”, disse.
O consultor em Política Pública de Dados Abertos do Ministério do Interior da República da Eslováquia, Jan Gondol, relatou o caso de uma especialista que, ao fazer pesquisa sobre câncer, encontra na internet diversos artigos sobre o tema, mas é preciso pagar para lê-los.
“Com conteúdos abertos, ela teria acesso facilitado à informação e aprimoraria o conhecimento para as pesquisas”, disse. Segundo Gondol, a pesquisadora gasta tempo se comunicando com colegas de universidades para pedir o envio de artigos ou usa o Twitter para contatar pessoas e conseguir os textos. Ela poderia estar usando esse tempo para fazer pesquisa”, afirmou,
A fundadora do Projeto REA.br e vice-presidente da Public Knowledge, Carolina Rossini, destacou que educação aberta é um caminho importante para a inclusão na sociedade do conhecimento. “Precisamos pensar a inclusão digital por meio de metodologias educacionais que coloquem tanto o professor quanto o aluno no centro da pauta educacional e no centro da criação. E estimula também o empreendedorismo”, disse.
*Da Agência Brasil