Durante a Idade Média, o teatro era popular, porém não era baseada em um texto escrito e possui origem religiosa e, portanto, seus enredos são retirados da história da bíblia. As representações eram feitas devido as festas do ano litúrgico e após as missas e tinham como palco a praça central da cidade, além de contar com toda a população. Os temas principais eram encenações das cenas do Natal, da Paixão ou da Ressurreição de Cristo, estando sempre a cargo dos padres e monges.
A partir do século XII, essas apresentações começaram a ser encenadas ao ar livre, podendo durar inclusive vários dias. Eram representadas, a partir de então, também encenações que envolviam os milagres da vida dos santos, além dos mistérios da representação da fé e as moralidades, estas com objetivos didáticos. Portanto, a partir de então, passaram a ter como temáticas os conceitos morais, religiosos e políticos.
Algum tempo mais tarde, as apresentações teatrais tornaram-se totalmente emancipadas da liturgia da igreja, passando a representar vícios e virtudes como orgulho, piedade, fúria, avareza, esperança e os traços da personalidade humana. Apesar disso, existiam outras fontes que estavam relacionadas à representação dos costumes sociais deste período.
Autores como Jean Bodel – autor de Jogo de Adam e Jogo de Saint Nicolas –, Théophile Rutebeuf – autor de Os miracles e Notre-Dame – compunham peças que remetiam a vida religiosa. No entanto, Paixão de Arnoul Gréban misturava os temas religiosos e os temas profanos. Como precursor da ópera cômica, temos o Jogo de Robin et de Marion, uma comédia profana entremeada de canções cujo compositor era Adam de la Halle.
O espaço cênico usado, inicialmente, era o interior das igrejas. As peças, no entanto, com o passar do tempo, começaram a ser mais elaboradas e exigir mais espaço, passando a serem representadas nas praças em frente às igrejas. Grupos populares começaram, em seguida, a organizar-se improvisando palcos em carroça e deslocando-se pela cidade.
Dentro dos cenários, a porta simbolizava a cidade, uma pequena elevação representava uma montanha, uma boca de dragão, posta à esquerda no palco, simbolizava o inferno, e uma elevação à direita era a representação do paraíso.