Para uma boa parte do exército, o melhor modelo de governo era o fascista. Um estilo ditador, sem brechas para ouvir a população. Como a Espanha estava em processo de democratização, se viram obrigados a reagir. A outra parte do grupo de militares ficaram satisfeitos com os sinais de mudança. Assim, a classe se encontrava dividida, entre os que estavam a favor e os contra o governo.
Em 1976, o governante Adolfo Suárez, com o apoio do general Gutiérrez Mellado, tiveram uma atitude que deixou os militares ainda mais irritados com a situação. De acordo com a Constituição espanhola de 78, o exército não tinha mais influência política e nem civil, em outras palavras, as forças armadas tinham, apenas, o simples papel de garantir a soberania e a independência do país.
Adolfo também legalizou o Partido Comunista, o que provocou a demissão em massa de vários cargos do exército. O rei não fazia nenhuma objeção à Suárez e isso irritava os militares prejudicados. Esses também eram os principais alvos do ETA e dos Grupos de Resistência Antifascistas Primeiro de Outubro (Grapo).
Em 1980, Alfonso Armada, Jaime Miláns del Bosch e o Antonio Tejero, organizaram três conspirações contra a situação dos próprios militares e política. Quando finalmente, em 1981, os planos começam a ser colocados em prática. Tejero e outros guardas civis invadem o Congresso dos Deputados em plena sessão de votação de investidura do candidato à chefia do governo.
Enquanto isso, outros grupos ocupavam o maior e o principal meio de comunicação da época, a RTVE, bem como as ruas da cidade de Valência. Apesar de todo o esquema, a missão falhou. Parte do fracasso se deu a falta de organização e o não conhecimento dos desdobramentos da tarefa, somadas à forte intervenção do rei Juan Carlos, que preferiu apoiar a Constituição e ir contra as ideias da ação militar.