O fato é que mesmo após a abolição da escravatura, os homens e as mulheres de qualquer idade, que eram de cor preta, não tinham nenhum direito civil.
Essa é uma realidade que ainda faz parte da história dos negros, mas no passado o preconceito era ainda pior, chegando a existir um conceito que desejava extinguir os povos africanos das terras tupiniquins, a chamada tese do branqueamento.
O branqueamento ou embranquecimento, foi apenas uma das tantas temáticas levantadas pelas teses eugenistas na segunda metade do século XIX e na primeira do XX.
Essa questão defendia a ideia de que existia um padrão genético superior na raça humana, isto é, os brancos. Fomentava, também, o conceito que essas pessoas detinham a melhor saúde, a maior competência civilizacional e possuíam a maior beleza.
Era uma enaltação da raça do homem branco europeu em detrimento das outras, como a “amarela” (asiáticos), “vermelha” (índios) e a negra (africanos).
Esse ponto de vista tinha como intenção esbranquiçar a população de cor “preta”. Depois da escravidão, os povos africanos e seus descendentes foram libertos do trabalho e “jogados” para as margens das cidades, sem nenhum um apoio governamental.
Não tinham dinheiro, casa, comida e muito menos algum apoio dos poderosos. Assim, os homens e as mulheres criaram moradias improvisadas, sem saneamento e água potável, vivendo cercados de doenças e molestas.
Somado a precariedade dos povos negros, foram abertos os portos do Brasil para novos imigrantes europeus. A tentativa era disseminar os negros já existentes- com a falta de assistencialismo- e esbranquiçar os seus descendentes, pois eles acreditavam que os mesmo ficariam mais brancos, progressivamente, a cada nova prole gerada.
D. Pedro II tinha como conselheiro, o conde e Ministro da França no Brasil, Joseph Arthur de Gobineau. Esse francês publicou o livro “Essai sur l’inégalité des races humaines” (Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças Humanas), conhecido como a bíblia do racismo moderno.
O escritor acreditava que o território brasileiro era “sem futuro”, pois a quantidade dos povos mestiços (não brancos) era imensa. As ideias de Gobineau influenciaram pensadores e escritores brasileiros, à exemplo de Oliveira Vianna, na época um intelectual de peso no Brasil.
As ideias racistas que tentaram colocar em prática nos séculos XIX e XX por todo o mundo, inclusive no Brasil desencadearam lutas históricas, como a segunda guerra mundial.
Encabeçada pela a Alemanha e por seus ideais nazistas-fascistas, impondo a superioridade ariana à todas as outras raças.
Após esse confronto, as teses racistas foram desacreditadas, ainda mais com o surgimento dos congressos feitos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O mundo ainda luta contra o preconceito racial. No final dos anos 80, foi criada a lei de número 7.716/89 que afirma que o racismo no Brasil é crime.
“Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”