– Há três anos que não te vejo Jacinto… Como tem sido possível, neste Paris que é um aldeola, e que tu atravancas?”
Neste tipo de discurso, o narrador reproduz as falas das personagens com o uso de suas próprias palavras. Ele conta a história e reproduz as falas e reações das personagens em 3ª pessoa.
Confira os exemplos a seguir:
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas.”
“Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou no chão o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.”
Trata-se de uma combinação dos tipos de discurso anteriores. No discurso indireto livre, as formas direta e indireta fundem-se em um processo no qual o narrador conta a história e as falas e pensamentos dos personagens também podem ser inseridas, de acordo com a necessidade do autor.
Confira o exemplo a seguir:
“Olhava-a, abria-a e chegava mesmo a aspirar-lhe o perfume do forro, misto de verbena e de fumo. A quem pertenceria?… Ao Visconde. Era talvez presente da amante.”
*Débora Silva é graduada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas)