A professora de língua portuguesa e produção textual Tatiana Câmara, que dá aula para alunos do 3º ano do ensino médio no Colégio Mopi, no Rio de Janeiro, considera que a decisão de retirar a prova do vestibular foi acertada, porque a Uerj não teria condições de manter as bancas examinadoras. Para ela, a mudança não vai reduzir a qualidade do vestibular. “É uma prova que compõe o todo, e como é só de compreensão e leitura não chega a esse ponto de comprometer a qualidade do vestibular”, diz.
A aluna do 3º ano do ensino médio Mariana Novello já fez a primeira prova objetiva da Uerj, em julho, e vai fazer as próximas fases, em setembro e dezembro. Ela acha que a prova é importante para todos os cursos. “O português instrumental seria necessário para todos os cursos para mostrar que você sabe bem a língua”, diz. Por outro lado, ela avalia que, no seu caso, a retirada da prova discursiva de língua portuguesa será positiva porque, como vai prestar vestibular para biologia, terá mais tempo para se dedicar às matérias que têm mais peso na prova.
A Uerj informou que a leitura da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, que estava prevista para ser avaliada na prova de língua portuguesa instrumental, será transferida para a prova de redação, que terá como tema uma questão polêmica levantada pelo livro. “A leitura do romance certamente ajudará o candidato a escrever a sua redação”, diz a Uerj.
Por causa da situação financeira da universidade, o início do ano letivo, que começaria no dia 1º de agosto foi adiado por tempo indeterminado [1]. Segundo a reitoria da Uerj, o motivo do adiamento são as condições precárias de manutenção da universidade, com o não pagamento das empresas terceirizadas, contratadas por meio de licitação pública.
Os professores da Uerj estão em greve desde o dia 1º, contra o atraso dos salários e das bolsas acadêmicas [2] e as más condições de trabalho nas unidades e no hospital universitário.
*Da Agência Brasil
com adaptações