União Europeia – História, mapa e países deste bloco econômico

Dentre os blocos econômicos existentes, a União Europeia é o mais consolidado. Ele é, basicamente, um projeto de unificação dos países europeus que surge após o contexto da Segunda Guerra Mundial. De modo geral, a finalidade primordial dos blocos econômicos é a de estreitar os laços econômicos entre países com características ou objetivos comuns, visando principalmente a adoção de medidas protecionistas.

Breve histórico da União Europeia

A União Europeia é referência quando se fala em blocos econômicos, por conta de sua organização que serve como exemplo aos demais blocos emergentes. A UE constitui-se como maior bloco de integração regional contemporâneo e destaca-se não apenas pela quantidade de países que participam de sua integração, mas também pela qualidade dos acordos e pela diversidade de medidas.

Após a Segunda Guerra Mundial, vários países europeus estavam com suas economias desestruturas devido aos conflitos. Havia um desejo latente de promover uma integração entre os países, visando destituir os regimes totalitários que eram significativos naquele período. A intenção era a reestruturação europeia ao ponto de se tornarem uma grande potência, com condições de competir com os Estados Unidos, União Soviética, China e Japão, destaques em relação ao desenvolvimento econômico.

União Europeia - História, mapa e países deste bloco econômico

Foto: depositphotos

O passo inicial para criação da União Europeia foi dado em 1944, quando Bélgica, Holanda e Luxemburgo fundaram o “Benelux”, que era um acordo econômico entre os três países com a finalidade de facilitar o escoamento da produção de carvão e aço destes pelo Porto de Roterdã, na Holanda. Seguindo no mesmo sentido, no ano de 1951 é fundada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), com objetivo de unificar a produção entre países interessados de aço. Após isso, houve também a fundação da Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom), bem como a Comunidade Econômica Europeia, em 1957, a partir do Tratado de Roma.

Assim, várias tentativas de integração regional já vinham acontecendo desde a Segunda Guerra Mundial, e em 1993, a partir de uma série de debates de reuniões com líderes de vários países, foi assinado o Tratado da União, ou Tratado de Maastricht, o qual foi a base para constituição da União Europeia (UE). Naquele contexto, a União Europeia era formada por três instituições centrais, o Parlamento Europeu, o Conselho da União Europeia e a Comissão Europeia, cada qual com funções bem definidas no âmbito do bloco. Na época, faziam parte do bloco apenas 12 países, sendo eles: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha e ainda o Reino Unido.

Finalidades da União Europeia e países que integram o bloco

Atualmente são membros da União Europeia: Alemanha, Hungria, Áustria, Irlanda, Bélgica, Itália, Bulgária, Letônia, Chipre, Lituânia, Croácia, Luxemburgo, Dinamarca, Malta, Eslováquia, Países Baixos, Eslovênia, Polônia, Espanha, Portugal, Estónia, Reino Unido, Finlândia, República Checa, França, Romênia, Grécia e Suécia.

Assim como outros blocos econômicos, a União Europeia apresenta uma instabilidade em relação aos países que a compõem, uma vez que existem regras que devem ser seguidas, e nem sempre há o cumprimento destas. Verifica-se que nem todos os países que compõem a União Europeia são considerados como desenvolvidos.

União Europeia - História, mapa e países deste bloco econômico

Imagem: Reprodução/Google Imagens

Destes vinte e oito países, a maioria adotou o Euro como moeda, os quais fazem parte da Zona do Euro, utilizando a moeda como base comum das transações econômicas. O uso de uma moeda única é parte do projeto da União Europeia, e visa diminuir os problemas relacionados às transações cambiais, facilitando o comércio internacional entre os países membros. Para além dos conceitos econômicos, a União Europeia tem políticas voltadas ao social, sendo alguns de seus principais objetivos a promoção da democracia, o Estado de direito, garantir os direitos humanos e o acesso à liberdade, valorizar o respeito pela dignidade humana e priorizar os princípios da igualdade e da solidariedade entre os países membros do bloco, mas, também, destes com o restante do mundo.

Dentre as intenções da União Europeia estão a promoção de uma unidade política e econômica entre os países que integram o bloco, além de melhorar as condições de vida e de trabalho das pessoas na Europa. Ainda, ocasionar uma melhoria em relação às condições de livre comércio entre os países integrantes, reduzindo as desigualdades sociais existentes entre estes. São premissas ainda: incentivar o desenvolvimento dos países que estão em fase de crescimento e também proporcionar um equilíbrio e um estado de harmonia no continente europeu.

Alguns problemas que permeiam a União Europeia

Como não poderia ser diferente, a reunião de vários países com particularidades políticas, econômicas, sociais e culturais gera também alguns problemas em seu âmbito. A União Europeia, apesar de sua consolidação, tem problemas que afetam suas relações. São alguns deles: o envelhecimento da população europeia, sendo que as taxas de natalidade da Europa estão entre as menores do mundo, o que é comum em regiões desenvolvidas. No entanto, essa redução das taxas incide diretamente na quantidade de População Economicamente Ativa (PEA) apta ao mercado de trabalho. O continente europeu tem se tornado em um ambiente de pessoas velhas, o que reflete na oferta e demanda do mercado de trabalho.

Devido ao envelhecimento populacional e à necessidade de mão de obra, há um intenso deslocamento de imigrantes ao continente europeu, muitos dos quais advindos da África e da Ásia. Assim, a Europa atua como fator de atração migrante, por conta das oportunidades que são ali encontradas. Essa grande quantidade de imigrantes no território europeu permite que as taxas de população não decaiam tão intensamente, e ainda possibilitam que o mercado de trabalho seja abastecido com trabalhadores. Apesar disso, há também preconceitos que são relacionados ao fenômeno migratório, diante de um discurso de homogeneidade cultural da sociedade europeia (o que é um mito).

A Europa também não é um continente homogêneo em termos econômicos, tendo-se em vista que vários países europeus são menos desenvolvidos, como no caso da Romênia, Bulgária, Hungria e demais países – principalmente do leste europeu – que possuem condições de vida mais precárias da população. Conquanto, há países do ocidente europeu considerados desenvolvidos, mas que economicamente estão em situação de risco, com baixa produtividade no PIB e alta dívida contraída: exemplo, Grécia, Itália, Espanha, Portugal e Irlanda. Há, ainda, países que desejam a saída do bloco alegando que este entrava a liberdade econômica, ocasionando baixo crescimento e desvalorização da moeda local, como é o caso da Inglaterra que passa por um processo de separação da EU.

A integração econômica, social e política destes países se faz um desafio para países desenvolvidos como Alemanha, França, dentre outros. Desta forma, há profundas desigualdades sociais na Europa, com concentração de renda na mão de alguns países, enquanto boa parte dos demais vivem em condições, economicamente, mais precárias. A recente crise econômica (2008) da Europa agravou ainda mais essa situação e já se arrasta por alguns anos.

 

Referências

» NAIME, Jéssica. União Europeia: estrutura institucional. PUC Minas. 2005. Disponível em: < http://portal.pucminas.br/imagedb/conjuntura/CNO_ARQ_NOTIC20050808095108.pdf>. Acesso em: 08 de maio de 2017.

» SILVA, Edilson Adão Cândido da; JÚNIOR, Laercio Furquim. Geografia em rede. São Paulo: FTD, 2013.

» UNIÃO EUROPEIA. Como Funciona a União Europeia. 2013. Disponível em: < http://europedirect.aigmadeira.com/cms/wp-content/uploads/2013/04/Como-funciona-a-Uni%C3%A3o-Europeia.pdf>. Acesso em: 08 de maio de 2017.

» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.

Sobre o autor

Mestre em Geografia e Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Especialista em Neuropedagogia pela Faculdade Alfa de Umuarama (FAU) e em Educação Profissional e Tecnológica (São Braz).