Em 1915, Fernando acaba por produzir textos para o lançamento da revista “Orpheu”, e suas produções literárias são taxadas como intensas, não sendo bem recebidas pela sociedade conservadora da época. Em decorrência disso, Fernando Pessoa começou a adotar heterônimos, e em vida, publicou apenas quatro de suas várias obras.
Vítima de cirrose hepática, o autor falece aos 47 anos, no dia 30 de novembro de 1935, na capital portuguesa. Um dia antes de sua morte, o poeta escreveu suas últimas palavras no hospital: Não sei o que o amanhã trará.
Fernando Pessoa não foi apenas um, mas vários, e a sua pluralidade expressou-se por meio da criação de personalidades próprias para os vários poetas que viviam nele. Saiba mais acerca dos principais heterônimos de Fernando Pessoa a seguir:
Nasceu em Lisboa no dia 16 de abril de 1889. Foi o mais objetivo de seus heterônimos, buscando eliminar todos os vestígios de subjetividade em seus textos. O poeta se volta pela busca das sensações naturais dos elementos e se opõe radicalmente ao intelectualismo. Alguns de seus poemas mais conhecidos são “Há metafísica bastante em não pensar em nada” e “A espantosa realidade das coisas”.
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Nasceu em Porto, no dia 19 de setembro de 1887. É tido como o heterônimo com o lado mais moderno de Fernando, sendo caracterizado pela vontade de conquista, pelo amor à civilização e ao progresso. O seu tom de linguagem era irreverente e o estilo se ligava ao Futurismo. Alguns de seus versos mais famosos são os iniciais do poema “Tabacaria”:
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. (…)
Nasce no mesmo dia do heterônimo anterior. Representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Pessoa. A linguagem é contida e bem disciplinada, com versos geralmente curtos, e que tendem à vernaculidade e ao formalismo.
Confira a seguir um poema publicado como Ricardo Reis:
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Porque tão longe ir pôr o que está perto –
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este é o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora,
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Publicadas em vida:
1918: 35 Sonnets
1918: Antinous
1921: English Poems I, II e III
1934: Mensagem
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Obras póstumas:
1942: Poesias de Fernando Pessoa
1944: Poesias de Álvaro de Campos, A Nova Poesia Portuguesa
1946: Poesias de Alberto Caeiro, Odes de Ricardo Reis
1952: Poemas Dramáticos
1955 e 1956: Poesias Inéditas I e II
1968: Textos Filosóficos
1973: Novas Poesias Inéditas
1974: Poemas Ingleses Publicados por Fernando Pessoa
1978: Cartas de Amor de Fernando Pessoa
1979: Sobre Portugal
1980: Textos de Crítica e de Intervenção
1982: Carta de Fernando Pessoa a João Gaspar Simões
1985: Cartas de Fernando Pessoa a Armando Cortes Rodrigues
1986: O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro
1986: Primeiro Fausto
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