A ideia de fazer o caixa 2 é usar o dinheiro ali guardado para práticas ilegais. Do contrário, não precisaria criar um outro caixa. Ele também pode ser feito na intenção de fugir do pagamento de impostos.
O caixa 2 é considerado um delito contra a ordem financeira e é previsto de punição pela Lei 7.492 de 1986.
Esse crime também responde ao descumprimento de outra lei que trata de sonegação fiscal: o artigo 1º da Lei 8.137 de 1990.
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O caixa 2 nas campanhas políticas acontece quando o partido ou o candidato não faz a declaração de todas as suas doações. Por exemplo, na legislação brasileira é proibido que determinados seguimentos doem para campanhas políticas, são elas:
No entanto, nem sempre isso é respeitado e quando uma dessas organizações proibidas de doar para campanha, doam, o dinheiro vai direto para o caixa 2.
Vale lembrar que mesmo que a origem do dinheiro seja legal e declarada, quando ele vai para o caixa 2 torna-se ilegal. E, claro, quando a origem do dinheiro é ilegal, ocorre outro crime que é o de lavagem de dinheiro.
Quando uma entidade proibida doa dinheiro para uma campanha de um determinado político ou partido, a intenção não pode ser das melhores. Por isso, se ela aceita participar do caixa 2 de uma campanha é sinal de que cobrará por isso.
E essa cobrança acontece como troca de favores entre o público e as organizações que financiaram a campanha ilegalmente. A contrapartida vem em forma de licitações fraudulentas, favores políticos, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e até superfaturamento.
O candidato que pratica caixa 2 durante a campanha responde ao art. 350 do Código Eleitoral, Lei nº 4.737/1965:
O político também é enquadrado no artigo 11, da chamada Lei do Colarinho Branco.
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Há empresas que fazem uso do caixa 2. A prática visa, sobretudo, fugir dos impostos ou lavar dinheiro de origem ilegal. Há ainda também a intenção de usar esse dinheiro para praticar crimes.
Por exemplo, uma grande empreiteira financia a campanha política de um deputado. Ao vencer as eleições, ele tem a missão de aprovar um projeto de interesse na empresa. Dessa forma, fica clara a intenção de troca de favores entre as partes.
Porém, o dinheiro usado para a campanha política não foi declarado nem pelo político, nem pela empresa. O resultado é que a origem do dinheiro da empresa, apesar de legal, torna-se ilegal, pois saiu de um caixa 2.
Quando uma empresa não declara verdadeiramente o seu fluxo de caixa, ela deixa de pagar o ISS, o PIS, COFINS, IRPJ e a CSLL, além de deixar de reter 11% do INSS. Isso é um crime previsto em Lei e a empresa pode ser punida.
Não. O primeiro é visto pela Justiça como um crime menos brando que o segundo. A corrupção pode acontecer de duas formas: a ativa, quando alguém oferece vantagens a um agente público para ser beneficiado de alguma forma; e a passiva: quando o agente público pede ou recebe vantagem indevida se valendo do cargo que ocupa.
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