Podemos chegar ao consenso que todas as cobras são serpentes, mas nem todas as serpentes são cobras. No Brasil, as cobras mais conhecidas são as Simophis rhinostoma e Rhinobothryum lentiginosum, duas espécies de falsa coral; a cobra-cipó (Chironius exoletus) e a caninana (Spilotes pullatus). São as cobras mais numerosas do Brasil em termos de gêneros e espécies.
As cobras são répteis [5] relativamente tranquilos, não são agressivos, fáceis de manusear, reproduzir e de manter em cativeiro. Contudo, alguns gêneros, como a Philodryas, são capazes de causar acidentes nos seres humanos, embora seu veneno seja menos potente que os acidentes causados pelos gêneros Bothrops e Crotalus.
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O termo serpente deve ser utilizado quando nos referimos de modo genérico a todos os répteis rastejantes, sem patas, que apresentam o corpo alongado coberto de escamas e são pecilotérmicos.
Sendo assim, as serpentes são animais vertebrados, da classe dos répteis, da ordem squamata e subordem serpentes (ophidia). As serpentes são consideradas animais bem próximos aos lagartos, pois compartilham características em comum. Podemos concluir que as víboras e cobras são um tipo de serpente.
As serpentes possuem escamas revestindo seu corpo para evitar a desidratação e também para proteger contra possíveis impactos ou choques mecânicos. Devido suas características anatômicas, as serpentes conseguem engolir suas presas sem precisar mastigá-las.
Alimentam-se de alguns répteis, aves, peixes e até de mamíferos [7]. Possuem ampla distribuição geográfica, ou seja, são encontradas em quase todas as partes do mundo, exceto em ambientes de clima muito frio. Preferem os climas mais quentes, como o tropical e o equatorial.
Muitas serpentes são peçonhentas e injetam seu veneno através de dentições (presas inoculadoras) especializadas. No Brasil há aproximadamente 70 espécies de serpentes peçonhentas, ou seja, venenosas.
Quando uma pessoa é picada por uma serpente venenosa, os sintomas podem ser imediatos ou não, pois depende da espécie em questão. Fato é que se não tratado corretamente, com soro específico, o indivíduo pode vir a óbito.
Além da dentição específica, as serpentes peçonhentas possuem uma estrutura chamada de fosseta loreal ou lacrimal. A fosseta loreal fica localizada entre a narina e o olho do animal, sendo um órgão termorreceptor que permite a serpente identificar a variação de temperatura ambiental. As fossetas loreais são conectadas diretamente ao encéfalo da serpente, sendo de suma importância para ela detectar a presença de presas ou predadores.
As víboras são animais vertebrados, da classe dos répteis, da subclasse lepidosauria, da ordem squamata, da subordem serpentes, da família Viperidae (viperídeos). Pode-se afirmar que as víboras são serpentes do tipo venenosas, com dentição apta para a inoculação de veneno, com formato de cabeça triangular e super ágeis.
Elas possuem grande habilidade em dar o bote em suas presas, sendo assim, são animais muito perigosos. As principais características das víboras são: presença de fosseta loreal, olhos pequenos com as pupilas em formato de fenda vertical, escamas alongadas e ásperas de igual aparência na cabeça e no corpo, cauda curta que afina bruscamente, hábitos noturnos, atacam quando se sentem ameaçadas, são ovovivíparas.
As víboras são consideradas os répteis mais venenosos e bem adaptados que existem. As mais conhecidas são: jararaca, cascavel, surucucu, víbora da morte, víbora cornuda, víbora do gabão e víbora de russel. Outro grupo de víboras venenosas são as da família Elapidae, que tem como principal representante a coral verdadeira.
As víboras da família viperidae, como as jararacas, surucucus e cascavéis, são encontradas no Brasil. Porém, algumas poucas espécies estão ameaçadas em extinção, tais como: jararaca de alcatrazes, jararaca ilhoa, jararacuçu tapete, urutu cruzeiro, jararaca verde e cotiara.
No Brasil, a maioria dos acidentes ofídicos é devido a víboras dos gêneros Botrópico (jararaca, urutu e jararacuçu), Crotálico (cascavel), Laquésico (surucucu) e Elapídico (coral verdadeira).
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É considerado ofidismo todos os acidentes causados por animais peçonhentos, principalmente pelas serpentes. O ofidismo é considerado um sério problema de saúde pública, principalmente se não for administrada a soroterapia de forma adequada e em tempo hábil.
No Brasil, os principais agentes são as serpentes dos gêneros Bothrops, Crotalus, Lachesis e Micrurus, que possuem cerca de 60 espécies de grande importância médica. Segundo o Ministério da Saúde, ocorrem cerca de 19 mil a 22 mil acidentes com serpentes peçonhentas por ano.
O acidente ofídico está relacionado a fatores climáticos e ao aumento da atividade humana nos trabalhos no campo. O público masculino é o mais afetado, entre a faixa etária de 15 a 49 anos. As pernas e os pés são os locais mais atingidos.
»SANDRIN, Maria de Fátima Neves; PUORTO, Giuseppe; NARDI, Roberto. Serpentes e acidentes ofídicos: um estudo sobre erros conceituais em livros didáticos. Investigações em ensino de ciências, v. 10, n. 3, p. 281-298, 2016.
»PINHO, F. M. O.; PEREIRA, I. D. Ofidismo. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 47, n. 1, p. 24-29, 2001.
»DOS-SANTOS, Maria Cristina et al. Serpentes de interesse médico da Amazônia. UA/SESU, 1995.