A medida adotada gerou diversos problemas no decorrer do tempo, porque havia uma escassez de ouro disponível, enquanto a quantidade de dólares do mercado só aumentava, já que as transações eram efetuadas nesta moeda. Houve uma desvalorização do dólar por conta do excesso de moeda disponível (maior a oferta, menor o preço), quando a França começa a trocar seus dólares por ouro. As reservas de ouro dos Estados Unidos baixaram muito, então o presidente estadunidense naquele contexto (1971), Richard Nixon, rompeu com o acordo que havia sido feito, gerando tensões internacionais.
Para amenizar os conflitos gerados naquele momento, os Estados Unidos começaram a se reunir com os grandes líderes dos países capitalistas europeus para discutir questões econômicas. Na ocasião, se reuniam a França, o Reino Unido, a Alemanha Ocidental – Alemanha era dividida em Oriental (Socialista) e Ocidental (Capitalista) -, e ainda os Estados Unidos.
Estas eram as grandes potências econômicas do momento, formando um agrupamento original. As reuniões tornaram-se mais frequentes e um quinto país foi incluído, o Japão. Esse grupo de países ficou conhecido como Grupo dos Cinco – G5, formando a gênese do que hoje é o Grupo dos Oito – G8.
A constituição do Grupo dos Sete – G7 foi efetiva no ano de 1975, quando o Canadá e a Itália participaram também das reuniões. Sendo que nos encontros eram discutidas questões diversas, como o emprego, o desenvolvimento e a sustentabilidade, a questão financeira e bancária mundial, as dívidas externas das nações, questões de saúde global, dentre outras.
Ainda na década de 1990, os países que compunham o Grupo dos Sete naquele contexto convidaram um oitavo país para participar das discussões, a Rússia. A intenção era claramente o afastamento das ideias socialistas russas após o colapso do sistema socialista no país. Em 1997 a Rússia foi oficialmente integrada ao grupo, formando o Grupo dos Oito – G8. A presença da Rússia era importante, principalmente, por conta das questões bélicas e atômicas que se relacionam com o país, as quais geravam tensões em outros países.
O Grupo dos Oito – G8, como outros agrupamentos de países, também apresenta instabilidades quanto ao seu contexto constituinte, pois a permanência dos países depende de fatores diplomáticos. São considerados como países membro do G8, a França, Alemanha, Reino Unido, Japão, Canadá, Itália, Estados Unidos e Rússia.
No entanto, no ano de 2014, a Rússia foi afastada do grupo, acusada de estar violentando a soberania nacional da Ucrânia, na questão da Crimeia. Os países do G8 queriam que fossem tomadas medidas para resolução dos conflitos naquele contexto, como a retirada do exército russo e a busca de uma solução pacífica para o conflito.
Há, portanto, uma contradição sobre a presença ou não da Rússia no grupo, o qual voltaria a ser denominado de Grupo dos Sete – G7, sem a presença dos russos. Assim, por enquanto, os países que formam o grupo dos mais poderosos do mundo são Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão.
Esse contexto, no entanto, pode ser modificado a partir de ações diplomáticas com a Rússia, especialmente porque se nota uma aproximação (mesmo que implícita) entre o atual presidente estadunidense, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Vladimirovitch Putin, sendo que os Estados Unidos ainda são extremamente influentes dentre os países desenvolvidos.
Existem várias críticas à atuação do Grupo dos Oito – G8, sendo a principal delas a questão de que pesquisadores afirmam que o grupo tem como intenção apenas a manutenção da sua hegemonia, ou seja, seu domínio sobre outros países menos desenvolvidos.
A troca de ideias entre os países desenvolvidos, sem a presença de representantes dos países emergentes ou pouco desenvolvidos, torna o Grupo dos Oito um conjunto descontextualizado dos problemas globais. Assim, entende-se que o G8 não teria como interesse uma melhoria das condições de vida e economia dos demais países do globo, mas sim apenas promover discussões para gerar estratégias destes mesmos se tornarem ainda mais poderosos. Os pesquisadores afirmam que pelo menos a presença de países com economias expressivas, como a China, a Índia e o Brasil, é imprescindível no contexto do grupo.
O Grupo dos Oito é considerado como um dos principais responsáveis por vários problemas a nível global, como o próprio avanço do aquecimento global, já que estes são os países mais desenvolvidos do mundo. Assim, se estes quisessem conter o problema, certamente poderiam adotar medidas eficazes neste sentido, porém a corrida pelo lucro sempre é mais intensa.
Um exemplo disso foi a retirada dos Estados Unidos do “Acordo do Clima de Paris”, pelo atual presidente Donald Trump. A expansão das multinacionais para países subdesenvolvidos é outro ponto apontado como estratégia de dominação do G8, quando empresas destes países migram para regiões pouco desenvolvidas da Terra para explorar os recursos naturais e a mão de obra das populações locais, sem que as pessoas sejam efetivamente beneficiadas por isso.
» TAMDJIAN, James Onnig. Geografia: estudos para a compreensão do espaço. São Paulo: FTD, 2012.
» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.