O Exército de Terracota foi descoberto por agricultores chineses que cavavam um poço nas proximidades. Para construir esse mausoléu, os historiadores acreditam que mais de 700 mil trabalhadores e artesãos se dedicaram à obra. Diz a lenda que depois que todas as esculturas ficaram prontas, o imperador mandou matar todos os artesãos para não deixar rastros de onde seria o seu mausoléu.
A construção do mausoléu diz muito sobre a cultura da época, na qual acredita-se que o imperador teria que levar seus bens para poder continuar com a governança na vida após a morte. Por isso, o espaço é divido em vários ambientes, salas e até muralha, para defender o imperador de possíveis embates.
Alguns pesquisadores dizem que o espaço começou a ser construído quando o imperador tinha apenas 13 anos para dar tempo de ficar pronto até a sua morte.
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Mesmo após 30 anos de descoberta, os arqueólogos seguem com bastante cautela na hora de continuar as escavações (sim, elas ainda continuam!). Os arqueólogos acreditam que ainda existem muitas preciosidades do Exército de Terracota que continuam escondidas, principalmente dentro do mausoléu, propriamente dito, que ainda continua intocável.
Até o momento, os pesquisadores encontraram 8.099 estátuas. Entre elas, estão mais de oito mil soldados, 130 carruagens com 520 cavalos e 150 cavalos de cavalaria. Há ainda a representação de cidadãos que não são das formas armadas, como serviçais do império, artistas e acrobatas.
Eles foram encontrados divididos em três espaços diferentes, sendo que o quarto espaço também foi achado, porém estava vazio. O primeiro estava lotado de figuras e servia como uma espécie de linha de frente de batalha com cerca de 6 mil peças.
O segundo tinha menos estátuas, cerca de 1.400. Os estudiosos acreditam que aí era a guarda militar do imperador. Já o terceiro foi destinado a estátuas com oficiais de alto escalão com apenas 68 peças.
Os traços dos soldados parecem ter inspiração na arte grega de esculpir. Segundo reportagem publicada pela BBC, há indícios de que algum artesão grego tenha treinado os escultores chineses.
O Mausoléu de Qin Shihuang, o primeiro imperador chinês, é uma área muito extensa. São 56 km² que formam uma espécie de complexo funerário.
Para você ter uma ideia, além de soldados existem outras esculturas de cavalos e estábulos, palácios, muralhas e inúmeras outras áreas. É como se o imperador quisesse reproduzir após a morte, o seu reino que comandou em vida.
Também foram encontrados nas proximidades do túmulo do imperador restos mutilados de mulheres, que teriam sido amantes dele, bem como o seu filho mais velho que também teria sido assinado, logo após a morte do pai.
Nesta foto acima, você pode ver com detalhes a escultura de um dos soldados de Terracota. A imagem mostra o traje típico de um soldado chinês à época do império de Qin Shihuang.
Para ver de perto o Exército de Terracota, você vai precisar se deslocar até Lintong, que é um dos nove distritos de Xian, capital da província de Shaanxi. Você pode comprar os ingressos no local e aproveitar Museu do Exército de Terracota, como é turisticamente chamado.
Para isso, os achados são divididos em 3 pits também chamados de pontos de escavação. A ordem de tamanho é decrescente, sendo o primeiro, o maior, e o terceiro, o menor.
Os visitantes não podem circular por entre os soldados para protegê-lo, porém dá para percorrer tudo por fora. No complexo, há soldados em outras áreas do museu para que você veja tudo de pertinho.
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O Exército de Terracota é uma obra-prima que pode ser visitada na China. O mais fascinante é saber que muito ainda pode ser descoberto, já que as escavações ainda não tiveram fim. O ápice delas se revelará quando os pesquisadores conseguirem acessar o mausoléu, onde provavelmente está os restos mortais do imperador.
Estudiosos acreditam que os objetos mais preciosos estarão junto a ele, no túmulo. Porém, eles ainda pesquisam como conseguir chegar nesse espaço sem danificar as obras, já fragilizadas pelo tempo.