Em alguns, como a estrela-do-mar, os espinhos são pouco desenvolvidos, em outros, como o ouriço-do-mar, são fortes e bem desenvolvidos.
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Os equinodermos são animais triblásticos (que possuem três tipos de tecidos), celomados (com cavidade embrionária) e apresentam várias características compartilhadas com os cordados [8].
Possuem simetria primária (simetria da larva) bilateral e simetria secundária (simetria do adulto) radial, organizada com base em cincos raios, diz-se por isso que a simetria no adulto é pentarradial.
Algumas características mostram parentesco evolutivo entre os equinodermos e os protocordados. São elas:
Os sexos são quase sempre separados e as gônadas desembocam no exterior por orifícios na superfície do corpo. Em geral, a fecundação é externa. O desenvolvimento é indireto, com formação de larvas planctônicas ciliadas, de simetria bilateral, que sofrem metamorfose [10] e transformam-se no adulto.
Muitos equinodermos apresentam grande capacidade de regeneração. As estrelas-do-mar podem regenerar braços danificados. Em algumas espécies, um único braço, desde que possua uma parte da região central do corpo, pode crescer e transformar-se em um animal completo.
Essa capacidade de regeneração pode funcionar como reprodução assexuada [11], em que a divisão do corpo origina novos indivíduos.
A maioria dos equinodermos apresenta simetria pentâmera, também chamada simetria pentarradial (do grego penta = cinco). Isso significa que o corpo dos equinodermos pode ser dividido em cinco planos em volta de uma área central onde fica a boca. Esses planos são demarcados pelas zonas ambulacrárias.
Os órgãos sensoriais estão distribuídos pela periferia do corpo e os animais recebem informações de todas as direções do ambiente, o que é uma adaptação à vida séssil (o animal vive fixo a um substrato) ou com pouca mobilidade.
Os equinodermos fazem parte da comunidade bentônica ou bentos (do grego bénthos = profundo), que é o conjunto de seres que vivem no leito do mar. Alguns equinodermos são sésseis, ou seja, vivem fixos, como os lírios-do-mar e as esponjas. Outros equinodermos, como as estrelas-do-mar, movem-se.
Nos ouriços-do-mar, os espinhos são longos e móveis, participando da locomoção, além disso, muitos equinodermos também apresentam pedicelárias: pequenas estruturas que geralmente possuem um pedúnculo, na extremidade do qual existem peças que se articulam como uma pinça. As pedicelárias têm por função remover detritos e fragmentos que se depositem sobre o animal.
Nos equinodermos representados pelas estrelas-do-mar e pelo ouriço-do-mar distinguimos uma região oral, onde se situa a boca e uma região aboral, onde se situa ânus, oposta à boca. Em outros representantes do grupo há variação na posição relativa de ânus e boca.
Os equinodermos possuem um sistema exclusivo, relacionado basicamente com a locomoção: o sistema ambulacrário, hidrovascular ou vascular aquífero. É um sistema de canais pelo qual circula água do mar. Os canais comunicam-se com pequenos tubos, os pódios, também chamados de pés ambulacrários (do latim ambulare = caminhar), ligados a dilatações chamadas ampolas.
No sistema ambulacrário há uma placa madrepórica, situada na região aboral que permanece em contato com o meio externo. A água penetra pela placa, que é perfurada, passa para o canal pétreo e chega ao canal circular, de onde é distribuída pelos canais radiais às ampolas e aos pés ambulacrários.
O sistema ambulacrário é inteiramente revestido por cílios, que promovem a movimentação da água dentro dos canais. A musculatura é mais desenvolvida nas ampolas e nos pés ambulacrários. A contração dos músculos das ampolas empurra a água para os pés, que se alongam e se fixam ao substrato como ventosas. Em seguida, a musculatura do pé sofre contração, empurrando a água para a ampola, que se distende, nesse momento, os pés retraem-se.
A ação combinada de milhares de pés move lentamente o corpo do animal sobre rochas ou areia.
Tradicionalmente, os equinodermos têm sido divididos em cinco classes, que podem ser caracterizadas com base na estrutura externa do corpo.
É representado pela estrela-do-mar, que possui uma região central da qual saem cinco braços (às vezes, mais) com ocelos nas extremidades. Os braços apresentam movimento e ajudam na captura de presas.
As estrelas-do-mar são carnívoras: alimentam-se de corais, moluscos, crustáceos e até peixes. Algumas causam grandes danos aos recifes de corais.
É representado pelo ouriço-do-mar e pela bolacha-do-mar ou ouriço-escudo, animais que não possuem braços.
Na boca, os equinoides apresentam cinco dentes calcários fortes, integrados a uma estrutura denominada lanterna de Aristóteles. Esta parte é muito desenvolvida nos ouriços, que a empregam para arrancar pedaços de alga, dos quais esses animais se alimentam.
Os ouriços são frequentes em pedras e recifes do litoral e podem ocorrer acidentes quando as pessoas pisam em seus espinhos. Nesses casos, deve-se limpar e desinfetar o local e remover os pedaços de espinhos.
Em alguns países, os ouriços-do-mar são usados como alimento.
Apresentam um disco central nitidamente separado dos cinco braços, que são finos e muito ágeis. Os ofiuroides não possuem ânus, são conhecidos por serpentes-do-mar, estrelas-serpentes ou ofiúro.
É um equinodermo parecido com a estrela-do-mar, mas com braços mais longos e flexíveis, usados para locomoção.
É representado pelo lírio-do-mar, que vive preso por ramificações (cirros) em rochas ou em outros suportes.
Possuem o corpo alongado e espinhos reduzidos. Os holotúrias possuem no interior do corpo uma estrutura especial chamada árvore respiratória relacionada com as trocas gasosas. São os pepinos-do-mar.
Esses animais não possuem carapaça. Seu esqueleto está reduzido a placas microscópicas, por isso seu corpo é mole.
O filo dos equinodermos surgiu durante o período Cambriano, há cerca de 600 milhões de anos. No Brasil, a maioria possui distribuição costeira e muitas espécies foram incluídas na lista de ameaçadas de extinção.
Tais extinções podem decorrer de várias ações impactantes, como: alterações da estrutura costeira, destruição dos recifes, fortes processos de sedimentação originada por atividades de dragagem, crescimento urbano sobre a linha da praia, pisoteio pelos banhistas, descargas de esgotos e atividades turísticas não regulamentadas.
Algumas estrelas-do-mar, por exemplo, são comercializadas in natura nos mercados públicos de Recife (PE), causando drástica diminuição das populações no ambiente natural. O mesmo ocorre com as carapaças de ouriço-do-mar que também são utilizadas como artefatos decorativos ou até religiosos nas cidades litorâneas.
» BENÍTEZ-VILLALOBOS, F.; CASTILLO-LORENZANO, E.; GONZÁLES-ESPINOSA, G. S. Listado taxonómico de los equinodermos (Echinodermata: Asteroidea y Echinoidea) de la costa de Oaxaca en el Pacífico sur mexicano. Revista de Biología Tropical, v. 56, n. 3, p. 75-81, 2008.
» ALVARADO, J. J.; SOLÍS-MARÍN, F. A.; AHEARN, C. Equinodermos (Echinodermata) del Caribe Centroamericano. Revista de Biología Tropical, p. 37-55, 2008.
» SOLÍS-MARÍN, Francisco A.; LAGUARDA-FIGUERAS, Alfredo. Equinodermos (Echinodermata).
» Melgarejo, F. Camacho-Rico, KC Nájera-Cordero (Eds.). La biodiversidad en Chiapas. Estudio de Estado, p. 181-185, 2013.