O território da Ilha de Páscoa pertence ao Chile, muito embora esteja localizada a centenas de quilômetros da costa do país. A extensão da ilha vulcânica é de 163,6 km² e nem toda história que envolve ela é boa, já que houve intensa degradação dos recursos naturais pelas atividades do povo Rapa Nui no passado.
Índice
A Ilha de Páscoa, conhecida pelo povo local como Rapa Nui, é uma ilha vulcânica que está localizada em território chileno [8].
A ilha é uma das que constituem a Polinésia, um conjunto de ilhas no Sul do Oceano Pacífico [9].
Apesar de pertencer ao Chile, a Ilha de Páscoa fica distante geograficamente a cerca de 3780 km de Santiago, capital do Chile.
Não há outros meios para se chegar até a Ilha de Páscoa além do avião, já que a distância é muito grande pelo oceano.
A história da Ilha de Páscoa é a história do povo Rapa Nui, os primeiros habitantes de que se têm conhecimento na ilha.
Acredita-se que povo Rapa Nui teria se originado de grupos das ilhas Tonga e Samoa, cujas origens culturais derivam dos Lapita, que é derivada do Neolítico [10]. Estes povos teriam se deslocado até a Ilha de Páscoa via Oceano Pacífico e dado origem a história do local.
A história da ilha teria começando quando Hoto Matu’a, ancestral dos Rapa Nui, teria sonhado com um lugar ideal para seu povo. Ele enviou soldados para que encontrassem este local sonhado.
Encontrado o local, foram construídas canoas para levar o povo até a ilha no meio do Oceano Pacífico. Estabelecidos, o povo foi dividido em seis tribos, lideradas pelos filhos de Hoto Matu’a.
O povo Rapa Nui viveu cerca de 800 anos na Ilha de Páscoa, quando por escassez de recursos naturais começou o declínio daquela sociedade. As tribos tiveram conflitos entre si, onde o ponto máximo era a derrubada do moai representante da tribo do outro.
Os moais eram símbolos dos ancestrais, representavam proteção para a ilha, tanto que foram colocados nas margens da ilha, como forma de evitar a chegada de algo ruim ao local.
Com o ambiente natural empobrecido em recursos e conflitos internos, o povo Rapa Nui acreditava que não estava mais sendo protegido. A situação ficou ainda pior quando a ilha foi encontrada pelos europeus, em 1722, onde a população local acabou adquirindo várias doenças, intensificando a dizimação dos Rapa Nui.
Atualmente pouquíssimas pessoas vivem na Ilha de Páscoa, representando uma das menores densidades demográficas do mundo. Há alguns descendentes dos Rapa Nui, embora já tenha havido uma miscigenação da população com outros povos.
Os moais são os símbolos emblemáticos da Ilha de Páscoa. São alvos de muitos questionamentos e mistérios. Ao longo de anos os pesquisadores buscaram compreender como estas estátuas foram criadas e levadas aos lugares em que estão dispostas.
As estátuas são, em geral, muito grandes, feitas a partir das rochas vulcânicas existentes na ilha. Acredita-se hoje que as estátuas tenham sido criadas num ambiente chamado de Rano Raraku, que é uma cratera de um vulcão inativo.
Neste local específico da ilha estão aproximadamente 400 estátuas, os quais apresentam diferentes tamanhos e estados de conservação. Como este era o local onde os moais eram fabricados, a maior quantidade deles se encontra neste local. Depois de prontos, eles eram levados para outros pontos da ilha.
Os moais possuem um significado para o povo Rapa Nui, de modo que as estátuas se apresentam em diferentes situações, como se pudessem contar histórias do povo e seus ancestrais. Há estátuas que não foram finalizadas, outras que foram abandonadas (possivelmente ao se quebrarem) e boa parte delas possui apenas uma parte visível, normalmente o corpo estando enterrado (acredita-se que tenham sido enterradas por movimentos de terra na ilha).
Em anos mais recentes descobriu-se que os moais têm corpos, o que foi uma novidade porque apenas seus rostos eram conhecidos até então. Além de corpos, eles têm também identidades, pois cada um deles é diferente do outro. Os moais têm também símbolos, como uma espécie de tatuagem.
Os maiores moais da ilha chegam aos 20 metros (a maioria tem entre os 4 e 6 metros) de altura e possuem toneladas de peso, comumente as feições das estátuas são masculinas e com alguns padrões como as costas voltadas para o mar e o rosto para o interior da ilha.
Um dos moais mais famosos é o “Moai Paro”, que está próximo ao “Te Pito O Te Henua” (umbigo do mundo). Este moai fica no Norte da ilha e está deitado. Os motivos pelos quais ele se apresenta assim podem ser diversos, incluindo conflitos entre tribos habitantes da ilha e que poderiam ter tombado este moai.
Há na Ilha de Páscoa também um moai chamado de “Ahu Tongariki”, com o maior espaço de moais da ilha (uma espécie de altar). Os moais existentes neste espaço foram derrubados durante os conflitos civis que ocorreram na ilha, tendo piorado a situação com a passagem de um tsunami na ilha, em 1960. Os moais passaram a ser restaurados então por uma equipe especializada.
Há atualmente na ilha 887 moais em diferentes configurações, alguns estão de pé, outros deitados, alguns completos e outros mais desgastados, alguns possuem pukao (uma espécie de chapéu), as cabeças dos moais são bastante grandes e seus rostos enigmáticos.
Uma das coisas que mais intriga as pessoas e os pesquisadores é como os Rapa Nui teriam conseguido levar as estátuas do local onde estas eram fabricadas até os vários espaços da ilha em que estes estão atualmente. As estátuas pesavam toneladas e naquele contexto não existiam muitas tecnologias disponíveis.
Uma das hipóteses mais aceitas é de que os moais “caminhavam”, ou seja, eram levados levantados e com ajuda de cordas. As cordas eram amarradas em pontos específicos dos moais, possibilitando que estes fossem deslocados dando passos.
Eram necessárias para isso muitas pessoas e força física, de modo que um grupo ficava ao lado direito, outro grupo ao lado esquerdo e outro atrás, para que a estátua não caísse para frente. Veja uma simulação nesse link [11].
Há um local na ilha que é conhecido como “Te Pito O Te Henua” que significa “O Umbigo do Mundo”. No local, ele é representado por uma rocha em formato oval, na costa Norte da ilha.
A Ilha de Páscoa tem um formato triangular, isso porque ela é uma ilha vulcânica, ou seja, originada a partir da atividade dos vulcões que nela estão presentes. Os três principais vulcões e que são os responsáveis pelo formato triangular da ilha são: Maunga Terevaka, Poike e o Rano Kau.
Há um sistema de escrita da Ilha de Páscoa chamado de Rongorongo, o qual ainda não foi desvendado pelos pesquisadores. Estas escritas foram descobertas no século XIX e consistem em glifos.
Assista esse vídeo [12] sobre a Ilha de Páscoa.
Veja esta matéria [13] sobre alguns dos principais acontecimentos que poderiam ter levado ao declínio do povo Rapa Nui.
» Easter Island: the heritage and its conservation. Disponível em: https://www.wmf.org/sites/default/files/article/pdfs/Easter%20Island_The%20Heritage%20And%20Its%20Conservation.pdf [14]. Acesso em: 21 de julho de 2020.