Geografia

Ilhas de Calor

As Ilhas de Calor são fenômenos climáticos que ocorrem em áreas de grandes aglomerações urbanas e que colaboram para a intensificação da poluição nas áreas centrais dos centros urbanos. As Ilhas de Calor são consideradas como fenômenos antrópicos, ou seja, ocasionados pela ação do homem no meio, especialmente pelo aumento da emissão de poluentes através das atividades econômicas. 

A poluição do ar

As diversidades das atividades humanas interferem na composição do ar, sendo que este é composto por uma mistura de gases variados e partículas, as quais são provenientes de variadas fontes geradoras de poluição, como:

São fenômenos antrópicos, ou seja, causados pela ação do homem no meio em que vive

Em uma única cidade é possível ter várias Ilhas de Calor (Foto: depositphotos)

O Clima Urbano

O clima de um dado local é uma informação complexa obtida a partir de anos de estudos e pesquisas. Estima-se que para conhecer o clima de um local são necessários trinta anos de informações sobre o tempo atmosférico. Porém, em alguns locais podem se desenvolver formas de clima mais restritos, os chamados “microclimas”.

Os climas são normalmente originados a partir de condições planetárias, como as massas de ar, a circulação atmosférica e a insolação. No entanto, os microclimas são oriundos de condições mais pontuais, como maior ou menor presença de água em uma região ou local, a vegetação predominante num dado local da superfície, a presença de gás carbônico no ar, dentre outros.

Microclimas

Os microclimas são condições comuns em cidades industrializadas, as quais são mais quentes e mais chuvosas do que as áreas rurais ao entorno. As características do clima dos centros urbanos ocorrem por conta de fatores como o efeito estufa, o qual é originado pela concentração de gases na atmosfera, por conta dos elementos poluentes das indústrias.

Além disso, há um aumento de gás carbônico na atmosfera, o que é ainda mais intensificado pelo asfaltamento de ruas, bem como a presença de expressivas construções de concreto, as quais modificam a intensidade de irradiação solar. Todas essas condições são pioradas diante da escassez de vegetação nos centros urbanos. Os edifícios em centros urbanos barram a ação natural dos ventos, e o asfaltamento impede que as águas das chuvas infiltrem nos solos, ocasionando ainda problemas como alagamentos.           

As Ilhas de Calor

As Ilhas de Calor são fenômenos climáticos próprios de ambientes com aglomeração urbana, sendo ocasionados pela ação antrópica, ou seja, do homem no meio. As Ilhas de Calor são resultantes da elevação das temperaturas médias nas áreas mais urbanizadas dos centros urbanos, se comparados com os ambientes do meio rural.

A temperatura de um centro urbano em relação a um ambiente rural pode variar vários graus centígrados, o que compromete a saúde das pessoas que vivem nestes espaços, tornando-os como “bolhas de calor” nos períodos de verão. As Ilhas de Calor ocorrem por dois motivos principais, sendo eles a impermeabilização dos solos na cidade (construção de calçadas, ruas asfaltadas, falta de espaços verdes e chão sem cobertura) e também pela concentração de elementos poluentes na atmosfera, os quais concentram o calor na superfície, não possibilitando que ele retorne à atmosfera.

Mais construções, mais irradiação de calor

Há, nos grandes centros urbanos, uma tendência de substituição dos espaços com vegetação por construções como prédios, viadutos, ruas e calçamentos. Nestes casos, há uma maior irradiação de calor para a atmosfera. Nas regiões em que há uma menor concentração de construções, onde o solo fica mais exposto e que há vegetação, essa irradiação é menor, portanto, as temperaturas também serão menos elevadas.

Da mesma forma, a concentração de gases suspensos na atmosfera dos centros urbanos cria uma espécie de barreira, a qual retém o calor na superfície, como ocorre com o efeito estufa. Não há uma única Ilha de Calor em toda uma cidade, mas são vários picos de temperaturas, dependendo da concentração de atividades e infraestruturas.

Elementos poluentes levados pelos ventos

A formação das Ilhas de Calor cria uma zona de baixa pressão no local de sua ocorrência, o que facilita a ascensão do ar. Quando os ventos sopram para a área central, levam consigo maiores quantidades de elementos poluentes. Assim, forma-se nos espaços centrais da urbe, “bolhas” de ar que estão pesadamente poluídos.

Assim, mesmo a poluição contida em áreas mais periféricas é “puxada” para a região central da Ilha de Calor, trazendo consigo toda poluição das áreas ao entorno. As pessoas que trabalham ou vivem nestas regiões centrais sofrem com os efeitos desse fenômeno climático, desenvolvendo problemas de saúde, especialmente aqueles ligados ao sistema respiratório.

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Elevação da incidência de chuvas

Além disso, os grandes centros urbanos contam ainda com elevados índices pluviométricos. Isso ocorre por conta da grande quantidade de partículas sólidas, conhecidas como poeira, na atmosfera destes ambientes.

Essas partículas promovem a condensação do vapor de água contido na atmosfera, sendo que este se aglutina com estas partículas contidas na atmosfera, passando para o estado líquido e precipitando. Assim, são comuns as chuvas nas grandes cidades industrializadas, sendo que há um agravante neste sentido, pois as chuvas estão comprometidas com elementos poluentes, tóxicos, e que podem causar danos em infraestruturas (chuvas ácidas) e também para a saúde dos animais e seres humanos.

 

Referências

» MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia. São Paulo: Scipione, 2011.

»PASSOS, Eduardo; SILLOS, Angela (ed.). Tempo de Ciências. 2 ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2015.

» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.