,

Parnasianismo no Brasil – Obras e características

Parnasianismo no Brasil - Obras e características

Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, a “Tríade Parnasiana”. | Foto: Reprodução

Surgido no Século XIX na França, o Parnasianismo apareceu como um movimento opositor ao Romantismo, tentando lutar contra o descuido textual e o sentimentalismo exagerado. O interesse pela beleza trouxe a arte pela arte, com textos rebuscados e o culto à forma. O próprio nome dado remete à Parnasos, o lar das musas na mitologia grega, e o estilo retomou conceitos da Antiguidade Clássica como o racionalismo. A perfeição na escrita e a inspiração da arte, sendo a principal característica parnasiana a valorização do soneto, da métrica, da rima, foram os pontos mais importantes dessa escola literária.

No Brasil

O surgimento do Parnasianismo no Brasil foi marcado pela publicação da obra “Fanfarras”, de Teófilo Dias, em 1882, embora tenha ganhado força com os nomes Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia. O Parnasianismo foi um movimento de estilo poético que marcou bastante a elite brasileira no final do século XIX. No começo do movimento, ele apresentava nítida influência francesa, valorizando a forma e o culto à arte sempre. Com o passar dos tempos, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos propostos pelos franceses, pois muitos dos poemas apresentavam subjetividade e preferências voltadas ao que acontecia de fato no Brasil, algo que contrariava o “universalismo”, característica do Parnasianismo francês. Os temas universais que apareciam na França se opunham ao individualismo romântico que mostrava os aspectos pessoais, os desejos, sentimentos e aflições do autor.

Principais características da poética parnasiana

  • A poética parnasiana se baseia no binômio culto da forma/objetividade temática, em uma postura totalmente anti-romântica.
  • A objetividade temática surge como uma negação ao sentimentalismo romântico, tentando atingir a impessoalidade e impassibilidade.
  • Era uma poesia carregada de descrições objetivas e impessoais, se opondo ao subjetivismo decadente do universalismo francês.
  • Foi uma poesia de meditação filosófica, no entanto artificial.
  • Retomava os conceitos da Idade Antiga clássica: o racionalismo e formas perfeitas.
  • Suas poesias tinham uma perfeição formal, com forma fixa dos sonetos, métrica dos versos alexandrinos (12 sílabas poéticas) e decassílabos perfeitos, rima rica, rara e perfeita.
  • O poeta evitava utilizar as palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas mais ricas na estética.

Principais autores do parnasianismo brasileiro e suas obras

  • Adalberto de Oliveira: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916).
  • Olavo Bilac: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913), Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, Crônicas (1916), Tarde (1919).
  • Raimundo Correia: Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e Versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898).
  • Curiosidade: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formaram a chamada “Tríade Parnasiana”.

Sobre o autor

Jornalista pela Universidade Federal da Paraíba. Trabalhou como redatora e editora para a iHaa Network; repórter e assessora de comunicação para órgãos públicos; repórter na Revista Nordeste; marketing e mídias digitais no Grupo Neyla Venâncio; e redatora freelancer. Atualmente é assessora parlamentar e, em paralelo ao ofício como jornalista, é professora de inglês e grande entusiasta da língua.