As estrelas são em cor amarela, sendo que existe uma maior, destacando-se das demais, localizada mais na extremidade esquerda da bandeira. A estrela maior mostra-se imponente, em destaque, estando as outras quatro colocadas ao entorno desta, em formato de arco, sua face convexa está voltada para o lado direito.
Todas as estrelas possuem cinco pontas. A bandeira da China foi adotada ainda no ano de 1949, e sua representação tem relação com a questão política, especialmente a Revolução Chinesa, a qual foi um movimento nacionalista que derrubou a Dinastia Manchu (período imperial na China), proclamando a República da China. Ainda, o Partido Comunista da China, o qual chegou ao poder durante a Revolução Chinesa, ocorrida em 1949.
Assim, a explicação para a configuração da bandeira chinesa seria a de que a estrela maior, bem na extremidade da margem esquerda, representaria o Partido Comunista, o que também explicaria a cor vermelha do fundo da bandeira.
Já as quatro estrelas que se apresentam no conjunto, seriam o povo chinês, representado pelas classes sociais do proletariado, a burguesia urbana, o camponês e a burguesia agrária/rural. Essa subdivisão em classes foi proposta por Mao Tsé-Tung (político, teórico, líder comunista e revolucionário chinês) em seus escritos, as quais teriam sido representadas na bandeira pelas estrelas menores.
As estrelas menores estão todas apontando para o cento da estrela maior, o que representaria o alinhamento do povo, em todas as suas classes, com o Partido Comunista, mostrando caráter político e ideológico da representação.
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Existem algumas especulações quanto as cores utilizadas na bandeira chinesa, de modo que historicamente a cor vermelha representa o pensamento da esquerda, ligada ao comunismo.
Mas também é uma cor bastante apreciada na cultura chinesa, representando coisas boas. A apropriação da cor vermelha pelos símbolos ligados ao Socialismo vem ocorrendo pelo menos desde a Revolução Francesa de 1789, sendo que a cor estampa todo o fundo da bandeira chinesa.
As estrelas, num sentido ligado ao ideário socialista, representam cinco grandes categorias sociais, sendo elas os camponeses, os operários, o exército, os intelectuais e a juventude. Historicamente, a bandeira da União Soviética incorporou a estrela vermelha com os símbolos, foice e martelo, em amarelo-ouro.
Já no caso da bandeira chinesa, as próprias estrelas foram grafadas em amarelo-ouro, cor esta que também representa na China os imperadores. Há, neste sentido, um misto de interpretações possíveis, as quais misturam elementos culturais históricos da China, somando-se a estes também os símbolos do ideário socialista.
As bandeiras carregam também um contexto ideológico, pois refletem o pensamento político e social, sendo que em algumas ocasiões acabam forjando uma identidade ao local.
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A República Popular da China é um extenso território do continente asiático, sendo o mais populoso do mundo, com mais de 1,36 bilhão de habitantes, o que representa quase um quinto do total de população do planeta Terra.
Embora gere muitas discussões, a China é considerada como uma república socialista, a qual é governada pelo Partido Comunista da China (PCC) sob um sistema uni partidário.
Neste sentido, os debates que surgem são quanto ao caráter político atual da China, já que apesar de ser considerada como uma república socialista, o capitalismo tem sido expandido naquele território, pelo menos desde a década de 1970 com maior intensidade.
Por muito tempo a China manteve-se com as portas fechadas para a entrada de capital estrangeiro, mas atualmente a China é considerada como o maior polo comercial do mundo, recebendo empreendimentos de várias partes do mundo. Para alguns teóricos, isso coloca em descrença a ideia de que a China é socialista ainda nos dias atuais.
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A história da China é marcada pelos movimentos revolucionários, o que ficou impresso em sua bandeira e nos demais símbolos oficiais. A Revolução Chinesa teve dois momentos importantes, tendo sido o primeiro deles com a derrubada da Dinastia Manchu, ainda no ano de 1911, onde houve a proclamação da República da China.
Esse movimento ficou conhecido como Revolução Nacionalista ou Revolução de Xinhai (Hsinhai, Primeira Revolução Chinesa). Na ocasião, este movimento foi liderado por Sun Yat-Sem (estadista, político e líder revolucionário chinês), o qual fundou o “Kuomintang da China”, conhecido como Partido Nacionalista Chinês.
Sun Yat-Sem foi também o primeiro presidente das Províncias Unidas da China. No entanto, anos mais tarde a China enfrenta uma nova onda de manifestações e um segundo processo revolucionário, denominado como Revolução Comunista, o qual estabeleceu-se no ano de 1949, com a conclusão da Guerra Civil Chinesa naquele território.
Na ocasião, o grupo ligado aos comunistas toma o poder na China, proclamando a Revolução Comunista da China. O nome de destaque como líder foi o de Mao Tsé-Tung, o qual fundou a República Popular da China, governando-a entre os anos de 1949, quando de sua criação, até os anos de 1976, quando ele falece.
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Mao Tsé-Tung promove, em seu governo, profundas transformações na China, as quais vão desde a coletivização das terras, um maior controle por parte do Estado em relação à economia e um intenso processo de nacionalização das empresas estrangeiras.
Deste modo, os interesses de todos os grupos, ou classes sociais, deveriam estar alinhados com os pressupostos do Partido Comunista da China.
»VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.