O termo “cefalocordado” vem do fato de que a notocorda vai da cauda até a região cefálica, diferentemente dos urocordados, em que a notocorda localiza-se na região caudal da larva.
Esse grupo é representado pelo anfioxo (gênero Branchiostoma), cujo corpo quase transparente, apresenta a forma de uma lança de duas pontas (do grego amphi = dos dois lados; oxus = ponta). É um animal exclusivamente marinho: vive em águas rasas, em geral com a parte posterior enterrada na areia, nadando por curtos períodos de tempo. Existem três nadadeiras interligadas: uma dorsal. uma caudal e uma ventral.
A boca é rodeada por tentáculos (cirros bucais), que não deixam passar areia nem outras partículas grandes. As fendas faríngeas filtram o alimento (plâncton), que entra pela boca e chega ao intestino, são animais filtradores.
O anfioxo possui notocorda durante toda a vida. Essa estrutura funciona como um esqueleto flexível e serve de ponto de apoio aos músculos organizados em blocos, os miótomos (do grego mys = músculo; tomé = corte). Esses blocos de músculos demonstram que alguns sistemas dos cordados retêm uma segmentação ou metameria, presente em alguns invertebrados, como os anelídeos e artrópodes.
Nas fendas faríngeas ocorrem as trocas gasosas com a água. A circulação é feita por um sistema fechado, com vasos contráteis que impulsionam o sangue. O sistema nervoso é formado por um cordão nervoso dorsal, além de nervos para as diversas partes do corpo. Possuem ocelos que captam a luz.
Os sexos são separados e as gônadas liberam os gametas na cavidade atrial. Depois os gametas são eliminados pelo poro atrial. A fecundação ocorre na água e o desenvolvimento é indireto.
Nesse grupo de animais, a notocorda é restrita à cauda na larva (daí o nome do grupo, do grego ourás = cauda; chorda = cordão).
Os urocordados são representados por animais marinhos sésseis, solitários ou coloniais, chamados ascídias. Quando adultas, as ascídias isoladas assemelham-se a pequenos esguichos, que eliminam um líquido quando espremidas.
Os adultos possuem dois sifões: o oral ou inalante, pelo qual a água entra; e o cloacal ou exalante, pelo qual saem os resíduos, a água e os gametas. As ascídias são animais filtradores: o alimento (plâncton) é retido pelas fendas faríngeas, encaminhado ao estômago e depois ao intestino.
A ascídia é hermafrodita [8], com fecundação externa, mas também pode realizar reprodução assexuada por brotamento, originando as colônias.
Sua larva natante apresenta todas as características típicas do filo dos cordados: tubo nervoso dorsal, fendas faríngeas, notocorda, coração ventral e cauda. Quando atinge o estado adulto, a ascídia se fixa ao substrato, a cauda regride e desaparecem a notocorda e grande parte do tubo nervoso que ficavam nessa região.
Tradicionalmente o nome vertebrado tem sido empregado para todos os cordados que não sejam urocordados ou cefalocordados. Embora esse nome faça referência à presença de vértebras, formando a coluna vertebral, nem todos os chamados vertebrados as possuem. Um exemplo disso são as feiticeiras ou peixe-bruxa que não têm vértebras, mas possuem crânio.
No decorrer da evolução, o crânio surgiu antes das vértebras e todos os animais que possuem vértebras têm crânio. Em função disso, há pesquisadores que preferem usar o termo craniata para se referir a todos os cordados que possuem crânio, deixando o termo vertebrata para cordados que, além do crânio, possuem vértebras, que fazem parte do endoesqueleto cartilaginoso ou ósseo.
Entre os craniatas há representantes adaptados aos ambientes aquático, terrestre e aéreo. O tamanho dos animais deste grupo varia desde os muito pequenos, como alguns peixes de cerca 0,1 grama, até animais muito grandes, como as baleias, que chegam a 170 toneladas.
No desenvolvimento embrionário dos vertebrados surgem as membranas extraembrionárias: primeiramente, o saco vitelino nos peixes; depois o âmnion, o córion e o alantoide nos répteis, nas aves e nos mamíferos [9].
» ROCHA, R. M. Filo Chordata. Classe Ascidiacea. Biodiversidade bentônica da Região Sudeste-Sul do Brasil—Plataforma externa e talude superior. Série documentos Revizee: Score Sul, v. 1, p. 164-165, 2004.
» FARIA, Renato Gomes; DE BRITO, Marcelo Fulgêncio Guedes. Cordados II. 2011.