O que é, como surgiu e o que propõe o Boko Haram

A Nigéria é dividida em duas porções com relação as características de seu povo. De acordo com o site da EBC, o lado Norte do país tem uma população em maioria muçulmana, onde 72% vivem na pobreza.

Já do lado Sul desta nação, o povo é em sua maioria cristão, porção que registra 27% da pobreza. Esta realidade fez nascer um grupo extremista dentro da Nigéria que tem como principal objetivo instalar o estado islâmico nesta região.

Boko Haram é o apelido dado a organização radical na Nigéria, que foi criada em 2002 como uma alternativa ao ensino ocidental. Ainda segundo a EBC, ela foi iniciada pelo clérigo muçulmano Mohammed Yusuf e recebeu o nome de “Jama’atu Ahlis Sunna Lidda’awati wal-Jihad”, que pode ser traduzido por “pessoas comprometidas com a propagação dos ensinamentos do Profeta e Jihad”.

O que é, como surgiu e o que propõe o Boko Haram

Foto: Reprodução/BBC

O início do Boko Haram

“A educação ocidental é proibida”. Este é o significado para o termo Boko Haram, que surgiu como uma instituição de ensino gratuita para as pessoas que não podiam pagar pelas instituições de alto custo. Assim, o fator dinheiro e a resistência à educação ocidental fez com que várias famílias muçulmanas e pobres escolhessem matricular seus filhos nesta escola extremista.

De acordo com o agente de desenvolvimento na Nigéria, Ernst Sagemüller, em entrevista à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) de Portugal, conta como são os dirigentes do Boko Haram. “Os líderes são salafitas radicais que receberam a sua formação ‘filosófica’ na Arábia Saudita. São então formados a fim de propagar o terror em campos no Paquistão, Mali ou Chade”, explica o agente.

Quais as ideias deste grupo extremista?

A proposta da escola, conforme conta a EBC, é recrutar jovens para transformá-los em jihadistas. Tudo isso com o intuito de confrontar as autoridades da Nigéria. Para o pesquisador em etnologia da Universidade de Göttingen, na Alemanha, Roman Loimeier, em entrevista à agência alemã Deutsche Welle, o grupo extremista tem fases e a primeira delas, entre 2003 e 2009, é marcada “com ataques direcionados a unidades policiais, bloqueios de estradas, instalações militares, instituições governamentais e prisões”.

Já a segunda fase, a partir de 2009, se baseia na ideia do grupo extremista de expandir os limites territoriais do seu poder. Os líderes acreditam que só desta maneira é possível estabelecer um estado islâmico na Nigéria e depois em outras regiões. Atualmente, acredita-se que 1,5 milhão de nigerianos vivem sob o domínio desta organização, que habitam cerca de 25 mil km² deste país.

A mudança de direção do Boko Haran também pode está ligada à transição de liderança, uma vez que no ano de 2009 o muçulmano Mohammed Yusuf foi morto após ficar sob custódia policial. O corpo do percursor foi exposto em rede de televisão estatal da Nigéria e o grupo foi tido como aniquilado. No entanto, Abubakar Shekau passou a ser o novo líder e a reorganizar os interesses da organização.

Atuação do Boko Haram

A partir de 2013 o Boko Haram passou a atacar os civis da Nigéria. Com o passar dos anos, este terrorismo só aumentou. Levando em consideração uma publicação da BBC Brasil, é possível dizer que esta organização é a mais mortífera do mundo. Segundo o Índice de Terrorismo Global 2015, este grupo extremista foi responsável por 6.444 mortes só em 2014, enquanto que o Estado Islâmico (EI) matou 6.073 pessoas. Estes números colocam o Boko Haram como o grupo mais letal do mundo.

No início de 2015, por exemplo, os extremistas atacaram o nordeste da Nigéria deixando 2 mil mortos, segundo informações da Anistia Internacional. Sendo este considerado o maior ataque desde 2009. Alguns estudiosos declararam duras críticas ao exército nigeriano, que supostamente teria “abandonado” o país nas mãos do terroristas.

“As potências internacionais já se deram conta de que o exército nigeriano tem um histórico de vender suas armas para o Boko Haram. Isso tem levado a um certo desencanto com a Nigéria, mas, ao mesmo tempo, os norte-americanos, a França e Israel têm seus agentes secretos na região e acompanham de perto o que está acontecendo”, completa Loimeier, ainda em entrevista à agência alemã Deutsche Welle e reproduzida no site da EBC.

 

Sobre o autor

Jornalista (MTB-PE: 6750), formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, pela UniFavip-DeVry, escreve artigos para os mais diversos veículos. Produz um conteúdo original, é atualizada com as noções de SEO e tem versatilidade na produção dos textos.