Empirismo – Conheça esta doutrina filosófica

O empirismo é uma das correntes da filosofia que tem sua base relacionada diretamente com as experiências humanas. Ela tem origem no século XV com a publicação do livro “Ensaio a Cerca do Entendimento Humano” do filósofo inglês John Locke e, devido à sua nacionalidade, ficou conhecida como empirismo britânico. Locke defendia em sua introdução que apenas as experiências que tínhamos preenchiam nosso espírito com ideias e critica o pensamento que afirma que já nascemos com elas, as então “ideias natas”, e diz que elas vêm de acordo com as experiências que acumulamos no decorrer de nossa trajetória.

De forma geral o empirismo defende que todos nós nascemos como uma página em branco, completamente vazia, e com o tempo vamos adquirindo experiências e são através destas que formamos nossos ideais e principalmente nossa personalidade. Então neste caso o ser humano seria fruto do meio em que vive, já que a sociedade tem efeito direto em sua formação de pensamento. Para Locke estas experiências são adquiridas através de nossos cinco sentidos, que nos ajudam a descobrir novos objetos, paisagens, aromas e texturas diferentes e passam a preencher nosso subconsciente com estas novas informações.

A teoria empírica descarta como válido qualquer tipo de conhecimento que esteja relacionado apenas a suposições ou crenças como, por exemplo, a fé, intuição, mitos e senso comum, para o empirismo o único conhecimento considerado válido é o conhecimento científico, pois, este tem como ser provado e é o verdadeiro responsável pela formação de nossas ideias.

Críticas e outros filósofos

John Locke - Pai do empirismo

Imagem: Reprodução

Já prevendo algumas críticas Locke antecipou-se e argumentou sobre algumas delas, uma em especial é a que podemos ter ideias sobre coisas que jamais foram vistas ou presenciadas. De onde elas sairiam se não da fé, dos mitos ou de meras suposições? Contudo, Locke continuava firme em sua defesa, afirmando que até mesmo estas ideias jamais comprovadas são formadas por outras que já possuímos. Por exemplo, na mitologia temos a Medusa que é uma mulher com cabelos de cobra, então, como poderíamos ter alguma ideia sobre esta criatura se ela jamais foi vista de verdade a não ser por representações como desenhos, por exemplo? Neste caso ela seria a junção de uma mulher com cobras, ambas são criaturas reais e que já estão presentes em nossa realidade. E dessa forma podemos explicar as ideias recorrentes sobre sereias e lulas gigantes como o Kraken. A sereia nada mais é que um misto entre peixe e mulher e o Kraken não passa de uma lula com tamanho absurdo.

Após seu nascimento com o britânico John Locke, esta doutrina filosófica teve outros importantes defensores como: Aristóteles, Francis Bacon, Thomas Hobbes, George Berkeley, David Hume. O irlandês George Berkeley afirmava que podemos sim conhecer o mundo através de nossos sentidos, contudo não somos capazes de conhecê-los de fato, que apesar de nossas experiências e conhecimentos não enxergamos o mundo como realmente é. Já o escocês David Hume defendia que as relações que fazemos com aquilo que conhecemos não são conhecimentos verdadeiros. Por exemplo, podemos conhecer o fogo e o papel, mas se queimarmos o papel não há provas de que o mesmo se desintegrou devido à ação do fogo. Assim ele critica as ciências que estudam a causa-efeito. Para ele o que pensávamos ser um conhecimento verdadeiro como a causa da desintegração do papel é mera imaginação.