A Escrava Isaura é o título de um romance que representa um marco na literatura abolicionista, escrito por Bernardo Joaquim da Silva Guimarães. O autor, mais conhecido como Bernardo Guimarães, nasceu na cidade de Ouro Preto (Minas Gerais), em 15 de agosto de 1825, e foi romancista, poeta, jornalista, magistrado e professor.
Escreveu várias obras, porém a mais conhecida é A Escrava Isaura, romance publicado pela primeira vez no ano de 1875, em plena campanha abolicionista.
A obra conta as desventuras de Isaura, uma bela escrava branca e educada, de caráter nobre, que vivia em uma fazenda do Vale do Paraíba. Tornou-se um livro bastante popular já na época de sua publicação, graças ao apelo abolicionista misturado ao sentimentalismo, que conquistou, sobretudo, o público feminino.
Resumo da obra
A história do livro A Escrava Isaura se passa inicialmente em uma fazenda, em Campos dos Goytacazes (RJ). Isaura é uma escrava branca, muito bonita e bem educada, que foi criada como filha na família em que serve. Durante muito tempo, foi protegida da matriarca, mas após a morte desta, Isaura tornou-se propriedade de Leôncio, um jovem recém-casado com Malvina. Além de Leôncio, a beleza da jovem escrava desperta paixão em vários personagens, como o jardineiro Belchior, o feitor da fazenda e o irmão de Malvina.
Isaura se recusa a ceder às tentativas de Leôncio, que, para forçá-la, a manda para a senzala trabalhar com as outras escravas. A escrava suporta o seu destino e não cede a Leôncio, afirmando que ele não era proprietário de seu coração.
O pai de Isaura, um homem livre chamado Miguel, reúne a quantia pedida pelo pai de Leôncio para libertá-lo, mas o jovem sem caráter descumpre a promessa do pai. Inconformada, a mulher de Leôncio, Malvina, volta para a casa de seus pais, deixando o caminho livre para que o jovem atormentasse ainda mais Isaura.
Miguel, o pai de Isaura, consegue tirar a filha da fazenda e foge com ela para Recife (PE). Naquela cidade, Isaura usa o nome de Elvira e vive em uma pequena casa com o seu pai.
Em Recife, Isaura conhece Álvaro, por quem se apaixona e é correspondida. Eles vão juntos a um baile e, na ocasião, ela é reconhecida e desmascarada. Álvaro fica surpreso, mas defende a amada e resolve impedir que Leôncio a leve de volta.
Leôncio leva Isaura de volta à fazenda, mas Álvaro descobre a falência do jovem sem caráter e compra a dívida dos seus credores, tornando-se proprietário de todos os seus bens, incluindo os seus escravos.
Ao se ver derrotado e na miséria, Leôncio suicida-se e a história tem um desfecho feliz.
As personagens
- Isaura – Escrava branca, filha de um português com uma escrava negra. De caráter nobre, inteligente e dotada de natural bondade, foi criada como filha pela família que a possuía, mas, com a morte da matriarca, fica à mercê de seu filho, Leôncio.
- Leôncio – O vilão leviano, devasso e insensível que, com a morte dos pais, torna-se o dono da escrava Isaura. É casado, mas apaixonado pela escrava. Torna-se um homem cruel e inescrupuloso, capaz de fazer todo o possível para possuir Isaura.
- Álvaro – Homem rico, liberal e bonito. Apaixona-se por Isaura e faz todo o possível para libertá-la.
- Miguel – Pai de Isaura e capataz da fazenda, é um homem bom, simples e trabalhador.
- Belchior – Jardineiro da casa e que também é apaixonado pela escrava Isaura.
- Malvina – A esposa de Leôncio é uma mulher dócil e bonita, que simpatizava com Isaura até perceber as intenções de seu marido em relação à jovem.
- Rosa – Escrava que sente inveja da atenção que Isaura recebe de todos.
- Dr. Geraldo – Advogado conceituado e que procura equilibrar os arroubos do amigo Álvaro.