Significado da bandeira da Argentina

As bandeiras dos países geralmente acabam seguindo algum padrão de desenvolvimento, prezando pela simplicidade dos detalhes, no entanto, sem perder as informações básicas que se remetem ao contexto histórico ou cultural do país.

As bandeiras geralmente compõem, juntamente com outros elementos, os símbolos oficiais de um país, devendo ser utilizadas em solenidades ou instituições oficiais. Assim, juntamente com elementos como o hino nacional, o brasão de armas, dentre outros, as bandeiras formam o conjunto de elementos patrióticos de um território.

Em muitas ocasiões da atualidade, os países não adotam a bandeira originalmente criada, já que os contextos históricos acabam motivando mudanças e novas configurações. Há vários casos em que as bandeiras foram modificadas no contexto da proclamação da independência dos países, como forma de demonstrar a autonomia adquirida.

A bandeira da Argentina possui quatro cores: azul, branco, amarelo e marrom

O Sol faz referência à Independência do país (Foto: depositphotos)

No entanto, acontece de muitas vezes a base da bandeira, como suas cores, acabarem sendo preservadas, já que o passado não é apagado.

A Argentina

A República Argentina, ou simplesmente Argentina, é o segundo maior país da América do Sul em relação ao território, bem como terceiro em população.

A Argentina é constituída como uma federação de 23 províncias e uma cidade autônoma, Buenos Aires, a qual é a capital do país. A Argentina possui uma extensão territorial de 2.780.000 km², oitavo maior país do mundo. Sua população ultrapassa os 43 milhões de habitantes, tendo uma composição bastante miscigenada.

A Argentina é um país que apresenta boas condições de desenvolvimento, apesar de ainda carregar o peso da colonização espanhola e de uma industrialização tardia. Possui uma abundância de recursos naturais, bem como um setor agrícola orientado para a exportação.

Além disso, a população argentina é altamente alfabetizada, contando ainda o país com uma base industrial relativamente diversificada. Dentre os países da América do Sul, a Argentina fica apenas atrás do Brasil, o qual é um país considerado como emergente.

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Ocupação da Argentina

A ocupação das terras argentinas denota de milênios, sendo que a região Noroeste de seu atual território formava parte do Império Inca, quando a região dos pampas era dominada por povos ameríndios nômades. No ano de 1516, Juan Díaz de Solís chegou ao Rio da Prata e reclamou a região em nome da Espanha, sendo que a colonização espanhola na Argentina se deu ao longo dos séculos XVI e XVII.

Independência da Argentina

Assim, até os anos de 1810, o território que atualmente compreende a Argentina, era governado pela Espanha e fazia parte do Vice-Reinado do Rio da Prata. Diante da inquietação frente as investidas da metrópole em relação a colônia, foi em 25 de maio de 1810, durante a chamada Revolução de Maio, que o povo argentino proclamou sua independência.

O processo de independência argentino não foi algo pacífico, mas aconteceu com muito sofrimento em um contexto de guerra militar contra a Espanha. A Argentina, assim como outros países da América Latina, além da marca da colonização, ainda possui um sistema político instável, devido ao longo tempo em que permaneceram sob regimes ditatoriais.

No caso da Argentina, o sistema da Ditadura se estendeu entre os anos de 1966 e 1973, deixando sequelas de instabilidade que afetaram, inclusive, o desenvolvimento econômico do país.

A bandeira da Argentina

A bandeira da Argentina é relativamente simples, com apenas três faixas dispostas de forma horizontal pelo retângulo da bandeira, sendo que estas faixas possuem cor azul-celeste (um azul mais claro, como do céu) em suas porções extremas superior e inferior. Enquanto a faixa central da bandeira é de cor branca, estando sobre esta o Sol, ouro e marrom.

As cores da bandeira são referências à paz e a honestidade, no caso do branco, enquanto o azul representaria elementos como a vigilância, verdade e a lealdade, bem como a perseverança e a justiça.

Outras interpretações

Apesar disso, há algumas contradições quanto aos reais significados das cores na bandeira, sendo que algumas bibliografias falam que estas cores são, na realidade, uma referência as cores utilizadas na Revolução de Maio, uma série de eventos que ocorreram entre 18 e 25 de maio de 1810 na cidade de Buenos Aires, capital do Vice-Reino do Rio da Prata.

Há ainda uma terceira interpretação que mostra que as cores se referem ao azul do céu, nas faixas azuladas, enquanto o branco representaria as nuvens e o sentimento de pureza e de paz, e o amarelo ouro e o marrom representariam o Sol, mas também poderiam representar as riquezas minerais daquelas terras.

Ainda, para alguns pesquisadores, as cores são uma representação das cores da Casa de Bourbon, da linhagem de uma nobre família europeia. Assim, existem muitas discrepâncias quanto a origem do uso das cores na bandeira argentina.

Bandeira civil e de guerra

Até o ano de 1985 eram utilizados dois modelos de bandeiras na Argentina, uma civil e uma de guerra. A bandeira com Sol era a bandeira de guerra do país, já a bandeira civil era aquela que não apresentava o Sol, embora tivesse a mesma configuração da outra em relação as cores.

A partir de 1985 foi adotada oficialmente apenas a bandeira com o Sol ao centro, ou seja, aquela que era a bandeira de guerra do país, tanto para questões civis, estatais ou militares. O Sol na bandeira argentina é algo que causa também muitas dúvidas, já que existem algumas interpretações possíveis.

O Sol

Bem ao centro da bandeira está o chamado “Sol de Maio”, nome que recebeu em referência a Revolução de Maio, evento que marcou o início da independência da Argentina em relação aos espanhóis. No entanto, este Sol é também utilizado por outros países, como o Uruguai. Assim, entende-se que este Sol seja uma referência ao Deus do Sol na Mitologia Inca, chamado de “Apu Inti”.

Esse Sol possui em sua configuração 32 raios, sendo que destes 16 são retos e 16 são ondulados. O Sol é amarelo, e suas linhas são marrons. O Sol possui também um rosto em seu centro. O uso comum do Sol nos símbolos argentinos foi atribuído a partir do decreto de 12 de março de 1813, e instituído pela Assembleia Geral Constituinte.

 

Referências

» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.

Sobre o autor

Mestre em Geografia e Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Especialista em Neuropedagogia pela Faculdade Alfa de Umuarama (FAU) e em Educação Profissional e Tecnológica (São Braz).